Chovem pingos quentes de nostalgia,
vão ao chão em singela melodia,
desabam com doçura e sintonia,
vêm afugentar a monotonia.
Chovem amores, vão descendo o ralo;
brisas salgadas no outono gelado.
Reinam as flores por entre o passado,
antes que chegue o futuro atrasado…
Antes que os pingos cessem e se calem,
que passado e futuro se acabem,
deixem os amores evaporarem…
Deixem, sim, perdurar a solidão,
deixem que se alastre a escuridão
de amarga perda, de doce ilusão…
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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