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Mostrando postagens de outubro, 2010
   Qualquer coisa que venha de mim, já nasce fraca e miúda e fadada a nada, que não à morte e à poesia.    Janela cinza, deixa o verde entrar. A paisagem, é sempre a mesma, como numa fotografia.  Odeio fotografias… Acusam-me de ser conotativa em demasia, e excessivamente cheia de reticências… Mas, reticências preenchem o vazio, melhor do que qualquer lembrança tocável. Reticências preenchem o vazio mostrando que ele existe.    Ah, que cansaço. Sinto falta de tanto, e tanto tenho para dizer, tanto tenho para ser… Mas, vontade mesmo, é só a de olhar pela janela. Fico esperando você vir. Fico tentando me convencer de que isso é possível, embora eu saiba que não. Estranho: nessas horas eu sinto como se houvesse aqui, alguém além de mim.    Chovem gotas minúsculas – desejos meus, escondidos, guardados, trancados –, corrosivas, conhecedoras de cada uma de minhas particularidades, são donas de uma crueldade singular e tratam-me sem segredos, porém, desconfio que sem verdades também. Mas eu go
Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas. (Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos, São naturalmente Ridículas.) Fernando Pessoa [ Álvaro de Campos ]
   Sempre que se apaixona por alguém, pensa-se que é amor. Sempre, pensa-se que desta vez, o sentimento é muito maior do que da última vez, quando, na verdade, é a mesma porcaria. Sempre jura-se amor eterno, e quem é que morre junto com uma paixão, um término de namoro ?    Tem gente que só fala, tem gente que só age, tem gente que mente, tem gente que acredita, gente que foge e se esconde, gente que “dá a cara a tapa”, gente que se esforça, gente que não se importa, tem gente que machuca, gente que dói, tem gente que se ilude, tem gente que se cansa, e ainda há quem não desista.    Pobres animais… Ou, pobre de mim, despeitada. Ou não, quem pode dizer ?    Solitário, e não infeliz, pulsa meu coração, cansado porém saudável, saudável como nunca antes.

Você saberia…?

   Necessito que você exista – você é, simplesmente, imprescindível para mim. Mesmo que não possa ter sua presença, e mesmo que isso me doa, eu não poderia suportar sua perda completa.    O que te faz pensar que eu te deixaria ir assim ?  Ainda que você não esteja aqui de verdade, você está em mim,  e eu simplesmente não vou deixar que você vá,  desculpe-me.    …Quero dizer, meu maior medo é que me peça para te esquecer: sua doçura me é indispensável, contudo eu não acho que conseguiria te negar algo.
It’s the dark, it’s the light, It’s the tight hug in a cold night. It’s the wrong, with the right, The pretty words I’ll never write. It’s the sea, it’s the moon, The loneliness of a crowded room. It’s the essence of the poetry, The most innocent and sweet feeling. The beggining, and the end, The much I wish I could hold your hand. It’s the never, and the forever, All the dreams where I find us together…

Flesh…

It is something in my head… I just can’t forget. I heard, I heard, The last words she said… Her red-blue eyes denounced she was stoned, In a moment, or another, she was gone. Her makeup denied her mind, And her lips were… Just like mine. I saw her petrifield, White as the whitest white. That was such a dark night, Another heart, another wasted shine… A storm came with the sunrise, Absolutely nothing on the ashamed sky. She said, she said, she promise me, She would met the whole eternity… Now her flesh is falling over, decomposing by the worms, the ones that were always there with her, when she was alone… Now her flesh is so much colder, like a hungover of all the suffer, the only thing that she could find, going back home… How could she stand With no one to hold her hand ? I wish that I Could go back time… How could she regret ? She’ll never know… Well, I wish I had met Her about some time ago…
All that I can see now Are the lights, the lights of the cars. Always dreaming of tomorrow… Know your eyes guide me like stars. All you give me are smiles, All you take from me is my life. I wanna tell you that these words you read Are for you, owner of my heart and head… Silently, I beg you to stay, I wonder if you will ever hear me, someday… Well, I know that is something that you can’t, But, if you could, would you make things different ?
   Frígidos dedos tocaram-lhe a face deturpada pelo tombo.    Eu pensei que te conhecia.    Não doeria tanto se eu nunca tivesse tentado… Talvez.  Mas, que bela tristeza, que me corrói, que me assola e consome, jamais eu poderia dizer que estaria melhor se tivesse me privado dela.    Fora da minha imaginação cheia de expectativas, você disse que estaria aqui, e eu escutei… Agora eu tenho medo e, extenuada, não mais acredito na felicidade que, outrora, fantasiei ter.    Mirando os cacos do porta-retrato despedaçado, lembrei-me outra vez de como era bom, e duvidoso, ter você.    Ainda que em meu coração pese sempre um assombroso rancor, não se olvidarão as lembranças, o saber que um dia, você pôde me tirar tudo, você significou tudo. Um dia, eu pensei que te amava…
   Eu desejei poder ouvir seu riso para sempre tão perto de mim… Com tanta doçura soou. Você nem se dá conta, encantador.    Como o Sol, fulgurante, quente. Sinto-o em minha alma, em minha amada madrugada, e a cada vez que se inicia mais uma noite solitária. É impossível não pensar em você. Não precisar de você. Não sorrir e agradecer, por sua terna respiração. Impossível não amar você…
   Multíplice, eversivo. Chega a ser simplório, chega a ser ridículo…    Temo temer-te tanto assim.    Temo adorar-te dessa maneira.
Versos escritos, assim, inaudíveis, Como podes ouvir o que não se escuta ? Seus olhos e seus braços completíveis, Posso eu saber se precisas de ajuda ? Austero, singular, abarcador, Se vivo, vivo por ele sorrir… Pode alguém julgar se é ou não amor ? Ou dizer que este não pode existir ? Duvido, creio, não posso provar Mas, algum dia, eu hei de ter a chance De provar a sua autenticidade Algum dia, eu hei de te confessar: "Amo-te como amigo e como amante Numa sempre diversa realidade"* *Vinícius de Moraes – Soneto do Amor Total
   Somente um fio, um resquício, uma pequenina faixa branca, reluzindo quente, brilhante, tremendo solitária, em meio ao nada, em meio à escuridão. Seu olhar.    Cheiro de dúvidas… Não ! Cheiro doce, cheiro de erva e dia de chuva. E a luz, mais enérgica, espectável, fazia-se mais intensamente bela e convidativa.    Toquei-a. Queimou-me.    Entorpeceu-me em ardor e saudade e amor e querer. Em seu sorriso.    Monopolizou meus sentidos.    Afogou-me numa densa substância. Afogou-me irreversivelmente em sua ausência. Deixou minha vista turva.    Te amo…
In this life, everything feels wrong, When he comes, that's what he says "You have to be strong Cuz it will happen, someday You have to be ready, when I'm gone" Well, it's quite easy You can talk what you want But my disease It's made of life's taunt Made of it's irony There's no rescue for me And then he tells me "You have to have faith, Sweetheart, you should pray, You have to have strenght to believe Trust me, somehow, Things gonna change, And you must never doubt..." See, I can't help, I miss him Protecting me trough his thoughts
   Não sei se já postei isso aqui, ou se já postei algo parecido… Eu estava remexendo uns cadernos velhos e achei... Não tem data, deve ser de 2009, ou do começo de 2010. Não quero ser fria, Eu quero sentir Nostalgia Ou vontade de sorrir, Arrependimento, Vontade de voltar no tempo, Ou ter a graça do torpor do esquecimento… Que não seja mais do que lamentação, Mesmo que não me traga nada além de dor, Eu jamais poderia viver em vão, Viver uma vida sem amor…

Ou talvez sejamos e não saibamos…

   Estuante e quente, nada realmente faz sentido aqui. Parece que estamos existindo a esmo… E, de fato, estamos.    Talvez sejamos moldados sobre um fado: em algum momento, uma estrada nos levará, e nos levará, naturalmente, à felicidade. Como partes de um quebra-cabeça, no qual cada peça foi feita com o único intuito de se encaixar em outra perfeitamente; como as notas de uma música distribuídas com um ideal de harmonia. E, talvez, também esteja implícito em nós o desejo clandestino de simplesmente complicar, a capacidade de fazer absolutamente tudo o que não se deve fazer, de teimar em não permanecer onde se deve, desestabilizando e desvirtuando assim, todo o sistema.    Nós, talvez, sejamos burros demais para sermos felizes verdadeiramente por mais de um breve espaço de tempo. Talvez nós não sejamos felizes somente por não merecermos. Talvez não sejamos felizes porque não buscamos a felicidade, pensando que já somos. Talvez não sejamos porque não acreditamos que podemos. Talvez não

Aldravar…

   Eu sabia que, lá fora, o mundo borbulhava, corrosivo e abrasador. E eu estava tão bem, trancada, sonhando, como nunca antes estive.    Nem durou muito. Que crueldade, estourar minha bolha de plástico protetora, em tão pouco tempo depois de eu finalmente conseguir formá-la.    Já nem sei mais o que tenho pra dizer, estou atordoada de tanto sentir, de esperar, de saber, de adivinhar… Estou farta, abarrotada de começos e fins… A cada dia, tanta coisa muda, inovações, ressurreições… E perguntas vão se aglomerando, anotadas ou esquecidas, guardadas então, não respondidas. Eu precisava saber de tanta coisa, mas não consigo mais me lembrar do que era, como se, dentro de mim, todo o caos tivesse se fundido e se tornado vácuo. Me sinto oca, de novo. Não frívola, somente vazia. De repente, tudo explodiu e se tornou… Nada. Um ponto de interrogação mal apagado, inútil – não sei o que significa, não sei por que está ali.
   A semana mal começa a acabar e eu já começo a lamentar sua ausência. Mal você se vai e eu já sinto sua falta: falta algo, e algo deveras significativo, em mim.

Lost In Space - Avantasia

Another star has fallen without a sound Another spark has burned out in the cold Another door to the barren standing open And who is there to tell me not to give Not to go How could I know? How could I know? That I'll get lost in space to roam forever How could I know? How could I see? Feeling like lost in space to roam forever I'm crawling down to the doorway to the badlands Been kicking down all yer hurdles to the black And all the damage fading in the rear view mirror And the demons are calling me They're dragging me away How could I know? How could I know? That I'll get lost in space to roam forever How could I know? How could I see? Feeling like lost in space to roam forever Lost in space Lost in time Lost in space Lost in time Lost in space How could I know How could I... How could I know How could I know That I'll get lost in space to roam for ever How could I now How could I see Feeling like lost in space to roam forever Forever...

So forget myself and smile…

Toda de vocês, sou toda sorrisos, Sou toda como eu, e como eu me sinto Tão bem, tão sã, tão eu, que quase rimo… Tão bem e tão bem, dentro de um abraço, Tão bem e tão bom, meu simples espaço, Me perco, me deixo, faço, desfaço, Toda de vocês, sou toda sorrisos, Sorrisos que moldo, são meus, não minto.
   Não sei dizer se o fato de ela fazer tudo aquilo que você condenava que eu fizesse me alegra, entristece ou enraivece. Hoje você fala tudo o que me disse para nunca falar. Ela é o tipo de garota que você jamais aceitaria que eu fosse e que, aliás, eu nunca tive vontade/capacidade de ser.    Há um bom tempo, quando eu ainda praticava algum tipo de esporte, me acertaram uma bola de basquete na cabeça, e eu me lembro bem de como tudo escureceu e somente uma enorme estrela branca brilhou. Essa é a definição mais próxima que eu consigo dar sobre como me sinto quando, de repente, eu me recordo exatamente de quem você era, como se tivesse sido ontem a última vez que te vi, como se nós dois ainda fôssemos somente um. Um choque, um susto. Eu tremo e pisco, e faço qualquer coisa e afasto novamente essas lembranças, tão perfeitas, tão detalhadas, tão complexas, tão cheias de você, do seu cheiro, sua voz, do seu jeito, de suas manias… Não sei por que ainda venho aqui, neste lugar que só me faz

Mentecapta

Um cômodo desmobiliado, digo, tudo o que lá está resume-se a uma extensa cortina, pregada firmemente à parede, que agita-se em meio a escuridão, balouçando junto ao vento, que adentra pela cavidade onde deveria haver a armação de uma janela. Frigidez ou nostalgia ou insensatez ou fatiga ou desalento ou tudo ao mesmo tempo ou nada disso… Não se assemelham mas eu não sei, não consigo diferenciar e apontar e me livrar do que me tem tão verdadeiramente incomodada, o que me tem deixado deveras desaconchegada. Mentecapta. Apoquentada. Tenho me sentido Vã; Não tenho me sentido Nada. Tenho me sentido Vã Em todos os sentidos Da palavra. Desopressão… É vazio, tanta coisa, é tanto nada cheio de tudo ou tanto tudo vazio de nada ? É tanto tudo cheio de nada ou tanto nada vazio de tudo ? Não sei dizer. Eu não queria, ou queria sem querer. Poder bater meus calcanhares e desaparecer. Poder estralar os dedos e esquecer. Queria poder escrever, qualquer coisa que eu soubesse q
Rounds on my heart, rounds on my head and mind And suddenly I noticed that I come here every night For you, only for you, just to check if you're alright And to tell you that I love you.. I didn't know it was true Everytime we talk, it looks like, Like we met about a long time, Long, long time ago… You and me, it’s just more than they can know… River, sweet river, drowned in your own sweetness An angel, a princess, a mind lost and full of mess Far from being far from me, And far from being happy like this. Eagle, fly back to your nostalgy, Leave me, don't ever come back, sure I'll miss you, Leave me, don't ever come back, 'cause you have to... Yeah, you have to...

Educação

Em cada um de nós, há muito o que se pode avaliar para chegar à definição do caráter. Desde o berço somos educados, e levamos essa educação (em proporções relativas a cada um) pelo resto de nossas vidas. Dentre a educação que nos é dada, e a que nos é imposta, passamos a filtrá-la e a absorvê-la após atingirmos certa maturidade, de acordo com nossos preceitos morais. Rousseau, em sua obra “Emílio”, analisa a educação baseando-se em um arbusto: a criança é o broto, e a cerca ao seu redor é a mãe. Os frutos que esse broto futuramente dará serão as alegrias de seus educadores e representarão a personalidade do indivíduo em questão. O suíço diz também: “ um homem abandonado a si mesmo desde o nascimento entre outros seria o mais desfigurado de todos” , pois, segundo ele, o homem nasce fraco, carente e estúpido e “ tudo o que não temos ao nascer e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação” . O que tento passar é a importância, tantas vezes ignorada, da ed
Your heart used to give me rhymes I miss you when you were mine… And there was no cloud to hide the sun… Well, not that I remember ! Nothing compared to what you’ve done, Oh, sweet boy, sweet pretender… Your heart used to give me smiles, Your arms used to hold me tight… Maybe I don’t really miss you, deep inside, Maybe it’s just something on my mind… But, all I know about these “maybes” Is that they all only means “mistakes”. Your eyes used to be my guides, I didn’t know, but I married you, sometime, It was a marriage with no love… Your hands don’t hold me anymore, There’s nothing here to break my fall, As I see you don’t care at all…
   Não é como se eu sentisse que te conheço há muito, muito tempo. Não é como se eu precisasse de você, ou te desejasse de fato. Não é como se eu tivesse me apaixonado perdidamente por você desde o primeiro momento que te vi. Eu acho que não estou nem minimamente apaixonada, de qualquer forma, ainda que esse sentimento exista, não poderia ser forte.    Porém, aquela voz miúda que, por vezes, cresce dentro de mim, aquela que grita histericamente “Olha o foco !!”, a mesma que adverte “Vai dar merda…”, agora indaga, somente indaga: “Por que não ?”    Me deu vontade de sorrir agora… É… Por que não ?

Eram dias de sorrisos.

   O céu límpido deixava o Sol impor-se, fazer-se rei. Todos os cantos, seus raios abemolados iluminavam, faziam com que tudo fosse belo, fosse claro. O Sol brilhava imponente, espelhado nas águas cristalinas que corriam calmamente. Estava em tudo e todos, no quente das bochechas acanhadas, na cauda alaranjada, brilhante e vívida dos peixes, nos desenhos coloridos dos pequenos, nas bebidas, nos doces, nas novelas, nos sonhos, nas noites… Tudo era quente: a areia de veludo, as pedras brilhantes pregadas ao chão, os abraços, os olhares, os beijos, as pessoas…    Havia uma mulher que para todos sorria, um sorriso puramente gentil, um sorriso pelo singelo prazer de sorrir, que comprimia seus olhos de maneira agradável. Havia um senhor, sempre com seu chapéu cinza claro posto em sua cabeça, sisudo e generoso, galanteava a vista com sua feição doce. Ele era cinza mas irradiava felicidade. Havia um casal que a todo segundo improvisava juras pomposas de amor eterno em versos metrificados, e
   Naquela terra de amores condenados e extintos, todos matavam – a si mesmos e uns aos outros –, e viviam aborrecidos uma vida de eufemismos, cada qual em seu jazigo empesteado, alimentando seus vermes tumulares, cada qual com seus receios e com seus anseios frustrados.    Suas maiores belezas são suas tristezas, destruidoras e destruídas, refletidas somente quando o sol desponta, obscurecido, em meio a trevas.
“ I can't believe in the things / That don't believe in me… ”                                                Marilyn Manson - 1996
Faz tempo que não fotografo… O real não me tem atraído. A vida não tem me inspirado… Faz tempo que eu não rimo. Faz tempo que eu não vivo.
   E então, chorou. E que choro puro e sofrido !    Só deu tempo pra eu pedir desculpas pelo meu atraso usual. Agradeceu-me por ter vindo e foi andando até um canto, já com os olhos úmidos e então, sem querer, eu fiz aquela pergunta que tanto odiava que eu fizesse, foi um extinto, não pude evitar… De qualquer forma, não acho que tenha escutado, ou escutado de verdade para se importar e se zangar, não acho que tenha feito diferença, bem como a minha tentativa dar-lhe qualquer abraço: não queria abraços, queria somente chorar. E chorou.    E ao ver sua expressão, intuí a razão de seu pranto. Havia somente um motivo que, algum dia, poderia fazer com que chorasse daquela maneira, sua dor desesperada.
“Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego” . João Guimarães Rosa
   Conspícuo.    É belíssimo. Sublime, divino, apolíneo !    Árduo encontrá-lo – oculta-se sem esconder-se, não é evidente.    Engana, ainda que permaneça puro. Base composta por contradições e pedras, por inquietações, insônia, por obliquidade, inevitabilidade, por súplicas desesperadoramente sinceras, por tudo o que não é óbvio, embora o pareça. Não, não se pode adivinhá-lo, não se pode prevê-lo. Não se consegue provocá-lo, transtorná-lo. É impossível superá-lo, bem como detê-lo.    É um jogo sem perdedores ou ganhadores, os que jogam são, meramente, jogadores. É uma estrada de dois sentidos, estrada para o desconhecido.    É a perfeita junção da harmonia da desordem com o caos da serenidade. Dor aguda e adocicada, atraente, deleitável.    Mas, como algo tão primoroso se alimenta de tanta ruína e obscuridade, e disso somente ?    Seu encanto se faz às custas da amargura. Mas sua excelência é impagável, e sua perfeição simplesmente irresistível.
Quando de noite, a vida, Você não pode negar, é mais bonita. E se você puder, se você quiser Neste denso e negro mar adentrar, Sabes que ali será sempre seu lugar. Mas se a coragem vier, Nem pense em hesitar: Mergulhe, Afunde, Oculte, afunde, Deixe que te inunde, Deixe que te inunde, mergulhe… Mergulhe… Quando de noite, a vida, Você não pode negar, é mais bonita. E se você puder e se você quiser, Neste denso e negro mar adentrar, Sabes que ali será sempre seu lugar… Mas se a coragem vier, Nem pense em hesitar ! Deixe-se abarcar ! Mergulhe ! Afunde ! Afunde ! Mergulhe, afunde, Deixe que te inunde, Feche os olhos e escute, Este doce gelar Afunde, E se deixe guiar, Afunde… Mergulhe, Neste tortuoso mar, Mergulhe… Afunde…
   Queria poder fugir, eu preferiria fugir a ter que assistir tudo desabar, pois eu sei, tudo o que vês agora desmoronará, e o fará mais cedo do que se espera, mais rápido do que se imagina. Me sinto inútil, fraca, impotente. Eu simplesmente não posso fazer nada.
I woke up and the sun was an orange ball. The sky was clear and so white, without any cloud. I’m peaceful, I feel like there's no node on my defile. This morning, I don’t know why, I have such a great smile...

A Luz de Tieta - Caetano Veloso

Todo dia é o mesmo dia A vida é tão tacanha Nada novo sob o sol Tem que se esconder no escuro Quem na luz se banha Por debaixo do lençol... Nessa terra a dor é grande A ambição pequena Carnaval e futebol Quem não finge Quem não mente Quem mais goza e pena É que serve de farol... Existe alguém em nós Em muitos dentre nós Esse alguém Que brilha mais do que Milhões de sóis E que a escuridão Conhece também... Existe alguém aqui Fundo no fundo de você De mim Que grita para quem quiser ouvir Quando canta assim... Toda noite é a mesma noite A vida é tão estreita Nada de novo ao luar Todo mundo quer saber Com quem você se deita Nada pode prosperar... É domingo, é fevereiro É sete de setembro Futebol e carnaval Nada muda, é tudo escuro Até onde eu me lembro Uma dor que é sempre igual... Existe alguém em nós Em muitos dentre nós Esse alguém Que brilha mais do que Milhões de sóis E que a escuridão Conhece também... Existe alguém aqui Fundo no fundo de você De mim Que grita para quem quiser ouvir

Someday…

Your sun won’t come at morning and your moon will turn gray. You’ll find yourself blue, and you’ll see there’s no one who really cares around you. You’ll feel cold and without a shelter. You’ll feel generous, but nobody’s gonna want you. You’ll feel sick and you’ll blame the world. You’ll have a dream and you’ll wake up and see that dreams weren’t make to be more than dreams. You’ll wish that you were dead. Well, when this day comes, just know that it’s me, working on my evil side to make you suffer like I did. Like I do. [10/07/2010]
   Algum dia, te surpreendi com algum gesto digno, mas o normal é que isto não se repita.    Não espere nada de mim. Saiba somente que não é por não ter vontade de ajudá-la, por favor, apenas não conte comigo    Se você passar tempo demais junto de mim, verá o quanto sou insuportável, então, apenas se afaste. Não precisa dizer nada. Afaste-se, antes que você o queira fazer cheia de ressentimentos.    Eu tenho espelhos em minha casa. Muitos espelhos. Sei bem quem eu sou por fora, e, apesar de não saber tão bem quem eu sou por dentro, ainda sei mais do que qualquer outra pessoa. Não quero/preciso de ninguém mentindo e tagarelando qualquer coisa pra fazer com que eu me sinta melhor. Palavras são somente palavras – não podem, e nunca poderão, mudar a realidade.    E isso é tudo o que você tem me dado. Não sei dizer se é maldade sua, querer me fazer acreditar em você, ou se é ingenuidade, ignorância, se você realmente acha que o que me diz é verdade, se você realmente pensa assim

Silêncio

É faísca doce ao meu paladar: Arde, queima, não me deixa falar. De sentinela, ao seu lado, Solidão. Olhar de súplica, de imensidão.
   Costumavam se esforçar em tentar disfarçar que exercer Política, aqui, é sinônimo de explorar os trouxas, os reprimidos e os conformados.    Agora nem isso mais…

Quimera

   Boa noite, minha utopia. Vou sonhar com você.

Oclusão

O quê seus olhos cerrados lhe deixam ver ? O quê esta boca fechada lhe deixa dizer ? Esses pés fatigados, cansaram-se de caminhar ? São esses braços armados os que outrora estavam a me abraçar ?