Frígidos dedos tocaram-lhe a face deturpada pelo tombo.
   Eu pensei que te conhecia.
   Não doeria tanto se eu nunca tivesse tentado… Talvez.  Mas, que bela tristeza, que me corrói, que me assola e consome, jamais eu poderia dizer que estaria melhor se tivesse me privado dela.
   Fora da minha imaginação cheia de expectativas, você disse que estaria aqui, e eu escutei… Agora eu tenho medo e, extenuada, não mais acredito na felicidade que, outrora, fantasiei ter.
   Mirando os cacos do porta-retrato despedaçado, lembrei-me outra vez de como era bom, e duvidoso, ter você.
   Ainda que em meu coração pese sempre um assombroso rancor, não se olvidarão as lembranças, o saber que um dia, você pôde me tirar tudo, você significou tudo. Um dia, eu pensei que te amava…

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