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Mostrando postagens de janeiro, 2012
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Recebi de minha amiga Júlia, que faz arte no blog  http://alecrimdouradosc.blogspot.com/

(Distante) Devaneio:

A gente perde sem ver, sem querer... Simples assim. O que estava ali de repente não está mais. E a gente se importa, de verdade ? Importar-se não basta. Ao passo que perdemos, mudamos... Não. Ao passo que mudamos, perdemos. Um dia a gente percebe que (se) perdeu, mas quem diz que mudamos ? A gente muda sem saber e continua não sabendo... Aliás, a gente sabe quando sente que perdeu o que perdeu.  Perdendo, mudamos ainda.  Uma ciranda infinita de legos despencando, a causa é o efeito e a causa (,) e o efeito trata de ambos também. A perda é do tamanho da mudança (só que maior). Eu me pergunto o tamanho de sua perda... E se você é/está tão vazio quanto seu silêncio o faz parecer.

O Boi Zebu e as Formiga - Patativa do Assaré

Um boi zebu certa vez Moiadinho de suó, Querem saber o que ele fez Temendo o calor do só Entendeu de demorá E uns minuto cuchilá Na sombra de um juazêro Que havia dentro da mata E firmou as quatro pata Em riba de um formiguêro. Já se sabe que a formiga Cumpre a sua obrigação, Uma com outra não briga Veve em perfeita união Paciente trabaiando Suas foia carregando Um grande inzempro revela Naquele seu vai e vem E não mexe com mais ninguém Se ninguém mexe com ela. Por isso com a chegada Daquele grande animá Todas ficaro zangada, Começou a se açanhá E foro se reunindo Nas pernas do boi subindo, Constantemente a subi, Mas tão devagá andava Que no começo não dava Pra de nada senti. Mas porém como a formiga Em todo canto se soca, Dos casco até a barriga Começou a frivioca E no corpo se espaiando O zebu foi se zangando E os cascos no chão batia Ma porém não miorava, Quanto mais coice ele dava Mais formiga aparecia. Com essa formigaria Tudo picando s
Quanto aos calos que me calam na fadiga de caminhar, só me resta e deleita deter-me. Em quem sou ou tento ser. Transfigurados espectros, os quais em vão tento afugentar, noite após noite me devoram e arrancam-me pranto de fúria muda que açoita paredes imaginárias, prende a respiração ofegante e rói travesseiros para conter um soluço... Justificam-se em todos os momentos que me levaram a ser o que sou. "... Há meros devaneios tolos a me torturar..." Esta mão acaricia rimas torpes e insípidas; Esta mão afaga e cria rimas tortas, escondidas em cadernos já antigos onde o desbotado colorido de desenhos primários, como esqueletos rabugentos em armários, fazem reino.