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Mostrando postagens de junho, 2010

Terra

   Amor ? Amor não.    Terra.    Fria. Úmida. Terra !    Quente. Seca. Terra !    Andas sobre ela, logo estarás envolvido em seus fortes e numerosos braços.    Moradia dos vermes; seguem revolvendo-a.    Agitação. Correndo fugazes, cortando a ela e aos restos mundanos, os traços, as memórias que aqui ficaram.    Terra !    Solene, certeza de constância. O que seria de nós, se não houvesse terra ?  Não teríamos onde ficar, não teríamos pra onde ir. Não teríamos nenhuma noção sobre os primórdios.    Pó. Poeira. Terra, terra.    Terra salgada, banhada de lágrimas. Desgastada, pisada. Esquecida. Ignorada .    Determinada a abranger o planeta com suas frívolas e levianas criaturas.    Remexendo-a verás teu passado; revolvendo-a encontrarás teu futuro.
   Suddenly a heat takes hold of my body and I wish I could be yours once again… Wish I could see you again… And hold you in my arms again.    I still miss you.    I still love you.    I promised “ forever ”… Now I hope you get better.

O Cancioneiro

Vós que escutais em rimas espalhado Desde meu peito o suspirado ardor E que o nutria ao juvenil error Quando era mui diverso o meu estado; O incerto estilo por que eu ei variado Entre a vã esperança e o vão temor, Se vós houverdes entendido amor Terá vossa piedade despertado. Vejo que a todos meu amor assim Quase sempre foi fábula somente. E agora eu de mim mesmo me envergonho. De minha vida vã vergonha é o fim E o arrepender-se e o ver mui claramente Que quanto apraz ao mundo é breve sonho.    …          …         …          …          …       Pudera eu ser por a morte livrado Do cuidado amoroso que me aterra, Com minhas mãos teria posto em terra Aquele encargo e o corpo fatigado. Sinto que se eu morrer terei passado De um pranto ao outro e de uma a outra guerra, E com a alma que assim transida erra Não sei se é morte ou vida o meu estado. Já tempo fora de ter atirado A última seta a corda

EU

Vejo meu reflexo no espelho e me pergunto “Como é que eu vim parar aqui ??” Tento não perder o rumo, continuarei neste mundo enquanto eu ainda conseguir sorrir… Sigo olhando pra baixo, vigiando cada passo, distraída, porém, tomando cuidado. E entre meus tropeços e lamentos eu percebo quão incompleta é a forma que eu me vejo. Aqui sentada escrevendo sobre minhas futilidades, enquanto eu devia estar estudando de verdade. Talvez eu seja aquela pedra de asfalto bem polida, de brilho escasso mas que, de qualquer forma, brilha. Estive acreditando nas mentiras mais óbvias, estive procurando por respostas; então eu perdi tudo, tudo por agir sempre por impulso. Sou aquela ausência, sou meu coração errante, sou a dor presente em cada corte. Sou aquela egoísta, sempre reclamando da sorte, quem fecha os olhos só pra esperar a morte… Sou a vontade hesitante, uma paciência intolerante, eu sou o pavor de empregar a palavra “eu”.

Night’s Rain

Comes to embroider your clouds in my sky You're so delicated, stay a little more with me Comes like stabs, comes to make me blind I want every piece of your delicacy I need your kisses to make me feel free Oh, I need your sweetness to cure my weak My emptyness is killing me Rain, only you can curl me so silently Rain on me, bring with you your wind Comes to fall over my dreams Please, take away my wish to cry Bring your taste directly to my lips Comes to complete me, don't forget me Don't say you'll go away forever Yeah I'm waitin' for you to marry me We're nothing if we're not together The sunrise light’s shines while you're goin' away And I'll keep countin’ every second of my day Just waitin' the sun go burry itself on my loneliness Waitin' you come to bring your darkness

Tão bom…

   É tão bom estar contigo, eu me sinto segura perto de você. É tão bom sentir seu sorriso, me faz querer sorrir também. É tão bom poder te abraçar, eu me sinto tão confortável. É tão bom poder conversar contigo, você faz com que eu ame cada pedaço de mim. Você consegue . É tão bom ter você ao alcance da minha vista, eu sinto tanta falta disto. Você me deixa bem…    Você é parte de mim. Você é a melhor parte de mim.

Meu Jardim

   Eu vou cuidando do meu jardim de plantas secas. Gravetos e folhas pelo chão, plantas mortas fincadas na terra árida, em vasos imundos, velhos e trincados. Num canto ascoroso, a carcaça de um pássaro morto.    Meu jardim é mais escuro que a mais densa das florestas. Mas meu jardim continua sendo meu jardim, então eu o amo de qualquer forma. As chuvas que vêm em nuvens negras como ele se encarregam de cuidar do lodo que reina solitário, acompanhado das aranhas que construíram suas teias por toda parte. As únicas criaturas que ainda vivem por lá.    Cheiro molhado, é o cheiro do meu jardim. O verde escuro junto ao marrom morto dão uma sensação de pesadelo. Um enfeite, há muito deixado ali, envelhece, apodrece, deteriora; um anão-de-jardim que já tivera seu capuz de um azul tão vívido quanto o azul do céu, e suas vestimentas roxas, tão roxas quanto as violetas que nasciam ao seu redor, hoje está acinzentado, todas as suas cores descascaram, e o sorriso que nele fora pintado també

Outono

   Ah, Outono, como eu te amo ! É uma pena que tenhas que ir…    Já sinto falta dos teus lábios mornos e teu olhar gelado. Já sinto falta dos seus ossos contornando os meus e das suas cores, do jeito que sopravas meus cabelos e levava ao chão as folhas das árvores… Já estou sofrendo por não te ter mais como o pintor do meu céu; sofro logo quando chegas, pois sei que partirás, e morro afogada em nostalgia dos momentos que nunca vivemos, e apenas me permito respirar para aguardar o teu retorno, na esperança de compartilhá-los contigo.   Agora meus dias serão apenas dias, minhas noites serão apenas noites, indo e vindo lentamente, fazendo arder mais ainda a minha espera por ti, oh Outono.    Mas eu espero, tão forte quanto uma árvore seminua, tão firme quanto seus galhos secos, ou como uma folha murcha que ainda pende, teimosa, em um desses galhos. Ninguém sabe como eu permaneço aqui, eu simplesmente o faço… Eu enfrento o frio, a seca, as chuvas torrenciais, o calor, os nevoeir

Lúgubre

   Que figura depressiva, de jeito taciturno, enrolada num amontoado de panos. Estremece de frio, sendo corroída por um gelo dentro de si, que cada vez mais cresce e entope suas artérias, congelando até seus pensamentos. Os lábios azulados gemem algo ininteligível, no olhar molhado uma súplica, as mãos raspando fervorosamente uma na outra, os pés dormentes.    Que figura depressiva e solitária, mas é ela quem busca sua solidão. É um inseto sujo de esgoto que não aprendeu a viver sob a luz. Alguém que busca amor, e da mesma forma afugenta-o. Alguém que pode existir de uma maneira apenas: voz embargada pelo pranto, quando deveria gritar e expor seus sentimentos, escancará-los ao mundo; figura confusa, oprimida pelo medo, sufocando amor e revolta, submersa em agonia e solitude.    Que figura depressiva e nefasta, que pensamentos obscuros ! Deveriam proibir tal aberração de respirar, deveriam privá-la do amor: nenhuma outra criatura deveria ser capaz de amá-la; não é solidão que ela p

Um Gosto…

   Sentada aqui de novo e na boca sinto um gosto já conhecido e me pergunto, se as gurias da minha idade conhecem esse gosto tão bem quanto eu. Me pergunto se uma garota da minha idade poderia/deveria estar tão acostumada com esse gosto.    Não se importam consigo mesmos. Não se importam comigo. Quando se importam, levam em consideração as maiores e mais complexas coisas, meus desejos fúteis, minha saúde - mas eu sou incuravelmente doente. Esquecem-se, ignoram os miúdos e tortos detalhes. Detalhes que eu tanto amo.    Matam-me quando mostram, sem rodeios, que não dão a mínima para esses detalhes. Matam-me, achando que me fazem bem. Afundam-me mais ao tentarem me buscar da forma errada.    E não vêem. Eu escondo as marcas.    Escrever parece servir para nada, além de me tirar da boca aquele velho gosto. Mas eu sei que eu vou senti-lo de novo. E daqui há um espaço de tempo tão curto, que não será suficiente nem para me fazer esquecê-lo. Quando ele começar a fraquejar dentr
Nothing left to say. No inspiration. I can't think in times when all I wanna do is cut my head out, or hide myself in a hole on the ground. And when my ill overcomes me this way, the best thing to do is just shut up, and don't, at any time, look at myself at the mirror. Blood…     How nice ^^

Elis…

   Você se lembra de quando eu estava tentando colocar uma letra pra acompanhar os dois primeiros compassos que eu escrevi na vida ? Já faz mais de um ano que estávamos sentadas em minha cama, tocando, brincando… Parece que foi ontem.    Ah, que saudade daqueles tempos. Tudo era tão suave… O ódio de tanta gente ardia em nós duas, mas nem importava, pois estávamos juntas. Mas agora… Agora há uma distância tão grande entre nós, e eu tive que aprender a me virar naquele hospício sozinha. É tão estranho. Você sempre estava comigo, eu sempre estava contigo, e muitas pessoas ainda me chamam pelo seu nome…    Todo dia você se sentava na minha frente, e então se virava para saber o que é que eu estava escrevendo, e sorria quando via, ao lado das contas de física, um desenho, uma poesia, o meu nome junto ao dele… Você nunca passava mais de uma semana sem me escrever sobre como estava a sua vida, e como você interpretava a forma que as pessoas agiam conosco. Nós dividíamos pacotes de Clube

Um dia…

… Se aprende a pensar, e não somente a sentir. Um dia, se esquece de chorar, e se desaprende a sorrir. Um dia, se aprende a voar, por tanto desejar partir. Um dia, se cansa de desculpar, e de pedir por perdão. Um dia, se deixa de amar, e vive-se apenas de solidão. Palavras ferem e matam… Palavras, carícias que salvam.

Anjo II

Anjo, em meus braços tu caístes, mais formosa criatura inexiste. Anjo, me mostre como é voar, vem tirar meu medo de amar. Anjo de asas quebradas, desde quando tu és real ? Anjo de formas erradas, meu Bem que tanto me faz Mal. Quando é que foi que viver tornou-se melhor do que sonhar ? Quanto eu posso realmente ter de tudo o que queres me dar ? Sombras têm sido companhia, têm me deixado tão envolvida, e nada me deixam fazer além de pensar em te perder… Mas, perto de ti, elas se vão, num suspiro, vão em busca de outro abrigo, então minha ferida que vinha queimando não mais importa, estou te amando…
É tão difícil falar Quando ninguém quer ouvir; É tão difícil ficar, Querendo tanto partir… Tantas vezes, perco minhas forças e fico Esperando que essa guerra chegue ao seu fim. Tantas vezes caio, vezes que eu acredito Que nunca mais o terei perto de mim. Por que queres que eu mude a minha fantasia, Se em meus sonhos, enfim, eu fico tão bonita, Se em meus sonhos, eu posso tê-lo ao meu lado, Posso viver, e vivo pelo meu amado ? Já não sei mais quem eu sou, Não sei mais o que me faz, Só um fantasma me restou, Minha vida ficou pra trás…
Cansei de tanto rezar, pedindo pra você voltar, Agora que estás aqui, por favor, estou a implorar, Por favor, por favor, não vá, Estou morrendo para você ficar, Pois assim como sem o sal, fica vazio o mar, E a noite fica negra sem o luar, E uma rosa nunca será rosa se não desabrochar, Eu nunca estarei viva se não puder te amar. Ah, mas você tem que ir, Eu sempre soube, sempre entendi, Que ao lado dos eucaliptos nenhuma outra planta pode crescer, Que enquanto a noite reina, não se pode amanhecer, E enquanto estivesses do meu lado, estarias sempre a sofrer.

Riso

   De áscua enchem-se seus olhos, sua doçura torna-se austera; e então nem o mais brioso dos guerreiros atreve-se a enfrentá-lo.    Tremem seus membros, tomados pelo derrotismo, quando estás sopitado, enfraquecido; e então nem um campo em emane devastação e abscondido pela neve, consegue ser tão melancólico, tão devoluto e álgido quanto a energia que transmites a quem o cerca.    Passas o olhar furtivo, na busca de embair, faz uso de toda astúcia, disfarças sutilmente os restos de ações passadas desastrosas; e então tu conquistas o que desejas e enganas até o mais lúcido, se assim desejar.    Danças com sua ostentação, com pulcríssimos passos, e então nem a mais terna rosa, com suas pétalas de veludo e seu doce perfume, consegue ser tão impecável, tão primorosa como tu és.    Sua boca desabrocha um riso sincero, seus lábios denotam seus dentes branquíssimos em um generoso sorriso, e então nem o Sol de Abril, que ilumina as aves banhando-se pomposas, pode irradiar mais lumino

“Some say that time changes, best friends can become strangers…”

Nós já fomos melhores amigos . Nós já compartilhamos segredos, glórias, medos… Já sonhamos os mesmos sonhos, ouvimos as mesmas músicas, nos apaixonamos pelo mesmo garoto. Nós já juramos permanecer juntos enquanto vivêssemos, já brigamos, já brincamos, já aprontamos… E hoje, nem chegamos a nos comprimentar. Ele cresceu. Por dentro e por fora. Ele mudou o cabelo, mas seu riso permanece o mesmo. Ele costumava ser meu amigo. Ou não. Pelo menos eu achava que era… Hoje eu sei que não era esse o retrato que ele fazia de mim, quando eu não estava por perto. Ela cresceu… E mudou tanto ! Agora ela usa óculos e seus cabelos estão lisos. Ela está namorando. Ela está mais estudiosa (muito melhor do que eu, diga-se de passagem). Mas ela ainda alimenta sonhos antigos… Ela ainda tem velhas manias. E tudo o que eu sempre odiei nela ainda está lá, assim como tudo o que eu sempre gostei, seu senso de humor contagiante. Ah, ela cresceu demais… Ah, eu também cresci. Deixei de ser verme

Amor

   Mais originalidade para um título, impossível… AMOR.    Ah, eu adoooro comparar amor e fogo… Amor é quente, amor é vida, amor é primordial, é indispensável, tal como é o fogo… Que queima, corrói a carne, destrói impiedosamente tudo por onde passa… Tal como o amor.    Amor não acaba… Não, de forma alguma, não acaba… Apenas se modifica, de forma que, o que ontem era chama ardente, hoje é uma pequena brasa, que apesar de ser capaz de queimar, não possui nenhuma chance de se tornar mais do que isso.    Meu querido, o amor que sinto já foi apenas carvão, já foi apenas um amontoado de folhas secas, tão típicas do meu outono. Já foi pequena brasa, já foi vistosa fogueira. E não o deixaria de ser, se eu pudesse controlá-lo… Sim, se eu pudesse controlá-lo, eu não deixaria que se tornasse tamanho incêndio, como é hoje.
Talvez o erro tenha acontecido quando eu escrevi seu nome no vapor no box do banheiro e o apaguei, deixando um borrão em seu lugar.

A Hopeless Goodbye

   I can’t explain how much I wish you were here. It’s more than I thought that I could. It’s more than you could ever feel. It’s more than they could ever know.    I can’t understand why I miss you so much, why I just can’t stop thinking of you, doesn’t matter what I do, doesn’t matter how hard I try. I can’t understand why I’m feeling this way. It’s so hard, it’s so intense that it burns my skin. It’s so strong, it doesn’t leave me never, not even when I (try to) dream.    It’s like you’re in everywhere. Everytime I look around,   I see your face, and for one misery second I get so happy and breathless, ‘cause I always believe that your image is real… But then, one second later, I realize that what I saw was just another mirage, made by my broken, lonely and insane heart. My poor heart.    There’s another thing that I’ve been trying to understand, and I just couldn’t… It is that, doesn’t matter how much I need you, it just doesn’t make difference. I could do anything, I could

Coita

Ah, essas correntes de solidão ! Essa tristeza que nunca se vai, o tempo em torturante lentidão. Oh, doce dor que afasta a minha paz ! Oh, erosão, amarguras latentes, em meu íntimo estão a flamejar. Corrosivas palavras afligentes me embargam quando tento te deixar. Oh, tão pesado, tão grande é meu fardo ! Torna-me tão frívola, devoluta, assim tão sem amparo e sem resguardo. E deixa minha mente revoluta, quando percebo que não sei viver sem me dilacerar e padecer.

Gosto errôneo

Querido, você não sabe, amar é tão perigoso… É tão árduo até apenas querer tentar. Querido, você não sabe, seu olhar caliginoso me arrasta como maré, ondas que voltam ao mar. Querido, você não sabe, seu jeito capcioso, de quem vem de bleforé, atenta-me a desejar-te.