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Todos os dias, eu penso em você e em como esse mundo é louco. Eu não tento mais evitar a saudade, deixo vir todas as lembranças que quiserem vir, e não lhe ver dói muito. Eu sei que não, mas sinto que se eu correr rápido, eu posso lhe alcançar; que se eu procurar direito, eu vou encontrar você.
Deitada como num sono de paz A morte fria lhe soprou Cortando-lhe os roncos sem lhe fechar os olhos Pergunto-me onde estavam os meus pensamentos Ela estava ao meu lado Talvez, se eu tivesse acordado Ela ainda estaria aqui
É tímido o agradecer, e quieto o bastante para não fazer notar o desesperado objetivo de findar as interações coercitivas oriundas dos educados votos de mal conhecidos. Aniversários são solitários e seria bom não pensar muito. Seria, na verdade, razoável esclarecer o pranto desta tarde (por que sempre fico entristecida nessa época?), mas o abraço desse silêncio impositivo soa confortavelmente mais importante, enquanto o pressiono contra a sua cintura - e todos os momentos que o fariam coerente preenchem o íntimo desse pranto, sem, no entanto, serem suficientes para justificá-lo.

II

Pende um grito de ajuda o cinza daqueles olhos diante do vazio da multidão. A boca seca, no entanto, não obedece àquele que sequer conhece o próprio âmago que, abstrato, insiste em deturpar a visão de si em uma plenitude mentirosa e inalcançável. Porque, erguendo-se de costas sobre o que poderia ser um vislumbre indeciso de vontade, de prazer, à censura permitiu que lhe fizesse seu fantoche, cujo fado seria a eterna busca pelo próprio ser nos remotos horizontes de outrem. Nunca, pois, nos arredores de si - o karma de jamais se ter, a angústica de nunca sentir.