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Mostrando postagens de fevereiro, 2011
   Abandonaria estes pensamentos, estas lembranças, estas visões de sombras nitentes.    Melhor seria se eu pudesse não me lembrar do nosso último beijo, a cada vez que cruzo aquela praça. Se eu pudesse não me lembrar que, na verdade, não me lembro qual foi, de fato, nosso último beijo.    Melhor seria se eu pudesse esquecer todo o hoje, também. Tudo o que passou, tudo o que se perdeu nessa passagem…    Pode-se omitir os sentidos frente aos outros, mas não a si mesmo. Então, melhor seria se eu pudesse, enfim, largar-me de mim, soltar-me, fugir, deixar-me… Se pudesse encontrar uma coisa qualquer, a que dirigir minha atenção ! Um nada que fosse, que me pudesse entreter, que me prendesse distante de absolutamente tudo… Uma âncora, que me segurasse longe de meus devaneios, das metáforas desajeitadas que aludem a você…    Quis, por um momento, deixar-te como me deixou: sem ponto.
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Ok, eu não sei bem o que fazer… Interagir dessa forma, com qualquer pessoa que venha a me ler, diretamente (isso é muito diretamente, para mim), não é costume meu e, quase não consigo ignorar a sensação de estar falando sozinha, sem me dirigir a alguém especificamente. O que acontece é que eu recebi um selo, de Hades, do blog Deuses das Mitologias (n/a: muito obrigada pelo mimo =D)… …E, parece que devo oferecê-lo a algum blog, se o quiser… Enfim, vamos lá, espero que não tenha um limite pra isso.. Dalinha Dayana Elis Ernani Leonardo Medieval Legends Melécio Natalia Nícolas Sergio Thiago e Marcel Vitória Bispo
   Cuidado com o que tenta deixar e… Não consegue.    Um laço de cetim, balouçando sereno, preso aos acúleos afiados de uma rosa tão branca, tão… Cândida.    Corto-a. Dou-lhe a morte, para que seja somente minha, por toda a eternidade de seu breve sopro de vida que lhe restar. Ainda que pútrida, sua beleza há de acompanhá-la: a obviedade de seu destino quase encoraja-me a desejá-lo… Que seja espelho meu, reflita não o que sou, mas o que queria ser.    E o laço de cetim, que tem ? Sem se soltar, vai, vem… Adorna a rosa – já tão formosa – molestando-a entretanto, e sem deixá-la esmaecer, o que deveria ser bom, de algum modo.    Somos nós, somos dois, somos um e, no final, não somos nada menos do que aquilo que nascemos para ser: Poesia.
- E escrever ? - Poesia e prosa poética, creio eu. - Disserta ? - Odeio. - Por quê ? - Parece-me tão… Racional, tão desgracioso, que chega a ser simplório, como a vida em si, perto da poesia. Não tenho intenções, porém, de ofender nenhum dissertador, cada gosto a seu gosto. - Perdoe-me, como a vida em si ? - Penso que, se deixássemos pousar em nosso cotidiano, um pouco que fosse, do encanto da poesia, a vida seria mais satisfatória e menos crua. - É o que faz com a tua ? - Faço com um mundo íntimo. - Teu coração ? - Atrofiou-se. - Devia saber desde outrora… - Como um músculo que é danificado devido a um choque térmico, o pobre não suportou os atritos tão pungentes entre o frio exterior e o quente dos sonhos..
Smells like Heaven. Smells like cold. Your smell freezes my nose. Your view jumps inside my heart. Your eyes smile inside my dreams. My words are real inside a mirror - on a parallel world, that nobody can see, or feel, or judge.. My happiness is born inside of you, then you must just take three steps to kill me. My breath dies inside of you. Dies.. Inside.. Of you.
   É,  não tenho palavras para minhas intenções,  porém você as pode ver em mim,  não ?    É pra cá que venho quando mataram-me, ou quando quero matar…    Eu continuo contando os teus passos, continuo seguindo os teus olhos e eu não vou desistir de você – não me entenda mal… Aliás, você poderia me entender mal ?    Antes eu podia fazer feliz todos que eu amava, com qualquer inutilidade… Eu dava a eles uma pedra e eles sorriam, como se todos os problemas do mundo pudessem ser apagados por um cascalho de cintilar suspeito. E agora ? Que em mim tenho tanto sentimento que quase pesa, que vejo o mundo submerso em tanta mágoa, onde estão as pedras brilhantes ? Em nome da felicidade, eu preciso me tornar um vidente, um mágico, um deus…    Minha ganância é indiscreta: eu quero ler mentes, escutar pensamentos, transformar e criar sentimentos, voltar no tempo, mudar o mundo ! Eu quero vê-los bem… Todos eles… Eu não posso. Merda.
   Buscando palavras… Sem nada encontrar.    Tua lembrança não me abandona, é fechar os olhos para deixá-la dominar-me, cativar-me, fazer-me ouvir-te, sentir-te… Perdoe-me, te amo tanto…    Quero teu bem – uma vez mais, apenas ponho-me a querer, pois, em minhas mãos, não carrego tua ventura.    Ah, meu amor… Sinto tanto a tua falta..

Eu não quero ouvir tua voz,

pois estou bem agora e eu sei que ela me fará saber de algo que pode tirar a doçura desta minha meia alegria. Eu não quero te ver hoje. Eu sei que você irá me consternar, então, apesar de sentir tua falta, peço: vá embora.
   Me abraça como se eu não fosse eu. Abraços dirigidos a outra pessoa qualquer, não a mim. Me abraça como se eu não fosse mais quem eu era. Muda então meu nome, meu idioma, minha pátria… Muda minha cor, meus hábitos, meus princípios, meu eu.    Não queria me comportar como uma criança mimada que estranha o novo ambiente no qual foi jogada – porém reconheço que é assim que estou agindo. Só queria de volta aqueles abraços, queria entender o que há – se há – de errado. Queria entender por que me sinto tão diferente, por que estranho a mim mesma em meu âmago, por que me sinto tão outra aos seus olhos e modo de agir…    Essa mudança, afinal, atingiu a mim ? Ou a você ? Ou a nós..?    “ É o tempo que dedicas a tua rosa, que a faz importante ”.    Costumava arder em mim o pesar de sua ausência em sua ausência, o seu silêncio. Contudo, ainda agarrava-me à contagem dos dias para revê-lo e tê-lo da forma que parecia que eu tinha. Que eu permanecesse o resto de meus dias esperando-o no escuro

Eu Amo Mais Você - Catedral

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Depois dessa ventania, o temporal Fez da nossa vida um mundo desigual Qual é a tua? O teu segredo? Me diz como eu vou decifrar? Minha verdade é absurda no plural Mas, pra mim, honestamente, isso é normal Na minha onda, teu oceano, Me ensina como navegar Eu amo mais você Do que eu Eu amo mais você Do que eu A tardinha as coisas mudam sem parar E a gente fala muito por falar Mas, de repente, a gente sente Que tudo sobrou num olhar... Penso infinitamente, sem parar A verdade é transparente no mirar Da tua retina, minha menina, Me diz como não te amar? Eu amo mais você Do que eu Eu amo mais você Do que eu...

Desembaraço

Vem interpretar meus atos de maneira suja, sem notar os sentimentos que os abrangem e causam – ao menos o fizesse calada. Singelos abraços, saudosos, desejados, queridos e somente a ele destinados, impropriamente julgados, tornam-se vis e puramente egocêntricos à sua vista turva. Engana-se por sua própria vaidade e insegurança. Para você, são apenas abraços interesseiros dirigidos a ele, para mim, são o mundo. Tão injustos todos os momentos em que você me censurou segundo sua própria acepção, sem cogitar a possibilidade de estar ou não correta. Não sabia minimamente do que falava, nunca soube. Pensava e tão somente pensava estar certa e nada mais. Cansou-me. Vem agora exigir um gesto meu de arrependimento, vem cobrar uma súplica minha por um perdão teu e pela tua companhia. Mas eu estou aborrecida e fatigada e, eu não te amo, querida .
   Agora que chuva é só chuva – vapor condensado que se precipita devido à baixas temperaturas – e não serve mais para romantizar o banho de dois corpos num beijo com ares de fantasia…    Agora que lua é só lua – sem letra maiúscula –, só satélite, a simples – nunca simplória – lua como a que agrada Manuel Bandeira, e não serve mais de inspiração para desencadear uma poesia, uma serenata, um verso de amor sequer…    Agora que o mar é só mar – sem sal, se assim posso dizer – e não adorna quadros e nem espelha o nascer ou o pôr-do-sol…    Agora que só ouço tiros e assovios – ouve, olvide, amor…    Agora que sou eu ? Que não versos murmurados e ignorados…
I wonder if you would let me write Anything, just to try To say that in the moment I close my eyes I see your face and I wish I Could get you here and stop the time. Wherever I am I find myself smiling Just because of my reverie of you here… I simply feel my thoughts flying, Flying, and wishing, and bringing you near, Burning my eyes for thinkin about Waking you up while kissing you… Traveling here, and over the clouds, Far away and missing you.

Ninny Verses of Flame

Your shining eyes dance with the Sun along the sky. When your lips round a smile I feel so glad I am alive ! Through the seconds I hold your warm feels like I’m walking on the stars… I croon these ninny verses of flame with my childish voice... I claim your name over my dreams... Dreams that I disclaim.
   Desordenadas as palavras dentro de mim, formam mais um nó cravado, engasgado em minha garganta, a me arranhar, a me agoniar. Não poderia cuspi-las simplesmente – é essencial que as harmonize antes. Mas como eu poderia, agora, que nem meus pensamentos consigo escutar com precisão ?
   Das pessoas que tenho, eu dizia, que sou feita. E então percebi que não era ninguém.  Fui mais feliz ao declarar-me egoísta, tudo é meu ! – Inclusive o que não é. Mais feliz pensando e não vivendo.
Like a gunshot, you broke me when you turned around So, maybe you supposed I would back down... Yes, I need you and yes, I miss you and, yes... I love you. But you don’t have to love me too.
We're born from the hate, We're searching for a scape. We stole some wings to fly, We stole some dreams to die. We bury our eyes on the wall. We pretend we appall. We try the extraordinary, But deep inside, we're just too solitary… We come along to strike, We come to shot in the fight, We hold ourselves to the war, We kill the strong and the fair. We drink some fire to our lips, We stable a knife in our grips, We burn our flesh and our home, Cuz we're just living alone… Everybody wants to be different, Everybody wants to reverse the change, We put our bodies out, so we can take a chance. We all intend to be smart, We just don't know where to start.. We all intend to have fun - Now I don't know what I've done. We all intend to be cruel, We all intend to be cool, We all intend to be cute, We all intend to be good… Good liars.
Quede coração inflado no peito, Que de gente tão linda é tão bem feito e Que com gente tão linda, ginga, ledo ? Quede pés à fantasia fincados ? Lábios selados, solitos, silentes, Reluzem tudo o que lhes foi tomado: Brio turbado e ao chão - humilde vassalo Do âmago dolente, eterno discente, Um juiz incauto, um poeta vão Que não pode mais rimar esta trama e Cujos olhos, em si, carregam áscua e No peito resguarda um vil furacão: Dos arranjos quebrados, resta o drama. – Da fantasia, resta-me o fantasma.

Obviedades

   O idioma, a palavra, são os mesmos. Porém, nossos olhos atrozes, em linguagens distintas (e em demasia desconexas), discutem confusamente, deixando sentenças e gestos ambíguos pairando no ar, sem respostas.    Não conheço (e quem conhece ?) nada que seja plenamente autêntico, que seja tangível, de fato. Nada que perdure e que tenha como base uma certeza intransponível e indubitável.  Passa o tempo, passam as pessoas, passam-se os momentos (você os vê passar ou os deixa escorrer por entre seus dedos ?). A galhardia escapa, desgastada, fatigada. A delicadeza amadurece em grosseria. O riso tomba-se em pranto. Luto torna-se aprendizado. Rostos amigos repudiam-se. Armadas invencíveis são vencidas. Pernas firmes cedem e caem, enfim.    Cedem e caem. E caem.
   Guarde uma vírgula embaixo da linha – pode ser necessária, qualquer dia.    Vamos empilhando nossos esconderijos ao lado dos olhares que desviamos, até que uma ventania desordene tudo: então nos desfazemos de nossos próprios vultos e pudores apenas para acumular novos outros. Depois percebe-se que ressentimento é um privilégio para poucos (o que pode a maioria fazer é emudecer).    E pouca coisa vale menos do que um âmago retraído e silente – contudo, se houver uma vírgula, há ainda algo a ser dito e este “algo” virá com a vírgula de maneira que não viria com reticências.    Guarde uma vírgula embaixo da linha.

Versejar

Se saudade nasce na ruptura de um abraço; Se deleitas sua alma no vício de um amor relapso; Se confias, sem recuar, tua vida a um par de olhos negros; Se entregas teu coração, sem medo, ao mais adornado cortejo… És como eu e deves saber bem porquê versejo. Se nuvens túrbidas toldam o céu, o Sol, o dia; Se uma dolência caleja e faz uma úlcera em antiga ferida; Se brota e desbota uma rosa saudosa em teu peito; Se teu mais casto afeto é obliterado pelo tempo; Versejemos, E esperemos que, à noite, o Sol brilha… E esperemos, que nos tome e conceda, o vento. Versejemos, que não há mais o que se possa fazer da vida. Versejemos e calemos os lábios na ternura de um beijo.
Não há dois que transmudem em um, sem regozijar uma Lua. Tento dormir mas os olhos não fecham, de pensar em ti. Não há um pensamento meu sem uma memória tua. Não há paisagem bela sem a perspectiva de encontrar-te. Tento dormir mas os olhos não fecham – não estás aqui. Idílio meu, personificado, não deixes de residir em mim.
Mar de gelo, que o fôlego me rouba, Mar de gelo, faz-se quente em meu peito. Mãos de gelo, mãos de mar torpe e quedo. Mar de gelo, pungente como choupa. Mar de gelo, de gosto, de esperança Na nociva ventura que carregas. Mãos de gelo, emaranhadas (em) lembranças, Mar de gelo, que a fortuna renega, Mar de gelo, de cândida garoa. Mãos de gelo, ninho de quem ladroa E que o que ladroa, quer tumular. Mãos de gelo, temidas, mãos amadas, Mãos de gelo, sofridas, mãos caladas. Mar, gelo, um mar inteiro, mar de amar.
   Eu lembrei apenas daquele passarinho que minha mãe me disse que existe, aquele, da poesia, que deveria ir embora por aquele dia pois não haveria rimas. E não haveria rimas por haver felicidade.
   Que clima… Clima de fim. Como se todas as letras balouçassem e se escondessem… Como se, de todas as palavras, só restasse “acabou”.    Obstinada a insistência, ah, que fim, que nada… É só o começo… Com jeito de final. E que jeito mais triste…    Moonlight Sonata, olhar taciturno. É só invenção, inexistente, contudo me toca como se fosse real…    Vão-se lá, reticências.
Além de nós… Que mundo frígido ! De amores declarados E corações fugidos E óculos escuros E disfarces entalados. Todo o além de nós, E tudo o que não além, Num abraço não dado. Mais além de nós, Uma estrada seguida Com o palato salgado E o olhar embaçado, Encoberto. E o mundo inteiro Que não se importa conosco Assim como nós, Além de nós mesmos. Mas, além de nós, Que mais pode haver Para nós ? Além de nós Não há mais nada, Só todo o resto Que não nos reveste Ou revestirá. Este juntar e separar, Este sorrir e abandonar, Crueldade sanguinária, É bela somente dentre nós. É somente bela, dentre nós. Porém, dentre nós, Nada deveria haver. Além de nós, Figuro-me, solidão. Figuro-te além de tudo. Ponho-te sobre tudo. Opino que tudo que há além de nós Não poderia ser maior que nós - apenas a mim. Não deveria ser maior que nós, apenas. (Não é) Não poderia ser maior que nós, apenas.
   Oh, mother, mother ?    A kid crying for “don’t know what”.    Oh, take me away and let me be holding hands with the summer… And explain me why things went this way today.    Why ?    There was so much left to say, from me… And so much that I missed him…    Somebody take me away from the ignoble thing that I am !    …And there he was with a not tight hug and a smile with no teeth or kiss.
Why did I let you go ? Why did I let you go ? Convince me I’m right To be avoiding you of my thoughts tonight, I still taste your absence in my soul.. Why did I let you go ? I should have stopped the time, I should have run to you to be embraced, I should have kissed your smile… A smile that nothing can replace.