Cuidado com o que tenta deixar e… Não consegue.

   Um laço de cetim, balouçando sereno, preso aos acúleos afiados de uma rosa tão branca, tão… Cândida.
   Corto-a. Dou-lhe a morte, para que seja somente minha, por toda a eternidade de seu breve sopro de vida que lhe restar. Ainda que pútrida, sua beleza há de acompanhá-la: a obviedade de seu destino quase encoraja-me a desejá-lo… Que seja espelho meu, reflita não o que sou, mas o que queria ser.
   E o laço de cetim, que tem ? Sem se soltar, vai, vem… Adorna a rosa – já tão formosa – molestando-a entretanto, e sem deixá-la esmaecer, o que deveria ser bom, de algum modo.
   Somos nós, somos dois, somos um e, no final, não somos nada menos do que aquilo que nascemos para ser: Poesia.

Comentários

  1. Ter a morte de uma rosa nas mãos... pode doer mais do que não tê-la de maneira alguma.

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