- E escrever ?
- Poesia e prosa poética, creio eu.
- Disserta ?
- Odeio.
- Por quê ?
- Parece-me tão… Racional, tão desgracioso, que chega a ser simplório, como a vida em si, perto da poesia. Não tenho intenções, porém, de ofender nenhum dissertador, cada gosto a seu gosto.
- Perdoe-me, como a vida em si ?
- Penso que, se deixássemos pousar em nosso cotidiano, um pouco que fosse, do encanto da poesia, a vida seria mais satisfatória e menos crua.
- É o que faz com a tua ?
- Faço com um mundo íntimo.
- Teu coração ?
- Atrofiou-se.
- Devia saber desde outrora…
- Como um músculo que é danificado devido a um choque térmico, o pobre não suportou os atritos tão pungentes entre o frio exterior e o quente dos sonhos..

Comentários

  1. É o tipo de infinito que se vê nas letras... Tu tens uma sensibilidade meio além do tempo, aquém do infinito... O tema de coração atrofiado como um músculo denota a fraqueza do amar como verbo quando inativo... Enfim, enfim, belas linhas... vou te seguir e, como Chico, "você vai me cegar e eu vou consentir"...

    Beijos...

    ResponderExcluir
  2. "Não suportou os atritos tão pungentes entre o frio exterior e o quente dos sonos" Falou tudo. Impressionada

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A Saudade das Folhas