Obviedades
O idioma, a palavra, são os mesmos. Porém, nossos olhos atrozes, em linguagens distintas (e em demasia desconexas), discutem confusamente, deixando sentenças e gestos ambíguos pairando no ar, sem respostas.
Não conheço (e quem conhece ?) nada que seja plenamente autêntico, que seja tangível, de fato. Nada que perdure e que tenha como base uma certeza intransponível e indubitável. Passa o tempo, passam as pessoas, passam-se os momentos (você os vê passar ou os deixa escorrer por entre seus dedos ?). A galhardia escapa, desgastada, fatigada. A delicadeza amadurece em grosseria. O riso tomba-se em pranto. Luto torna-se aprendizado. Rostos amigos repudiam-se. Armadas invencíveis são vencidas. Pernas firmes cedem e caem, enfim.
Cedem e caem. E caem.
Acho que pra realmente se extrair felicidade dessa vida, devemos passar pelos momentos ao invés de os deixar passar por entre nós.
ResponderExcluirMas as coisas findas
ResponderExcluirmuito mais que lindas,
essas ficarão
Carlos Drummond de Andrade