Me abraça como se eu não fosse eu. Abraços dirigidos a outra pessoa qualquer, não a mim. Me abraça como se eu não fosse mais quem eu era. Muda então meu nome, meu idioma, minha pátria… Muda minha cor, meus hábitos, meus princípios, meu eu.
   Não queria me comportar como uma criança mimada que estranha o novo ambiente no qual foi jogada – porém reconheço que é assim que estou agindo. Só queria de volta aqueles abraços, queria entender o que há – se há – de errado. Queria entender por que me sinto tão diferente, por que estranho a mim mesma em meu âmago, por que me sinto tão outra aos seus olhos e modo de agir…
   Essa mudança, afinal, atingiu a mim ? Ou a você ? Ou a nós..?

   “É o tempo que dedicas a tua rosa, que a faz importante”.

   Costumava arder em mim o pesar de sua ausência em sua ausência, o seu silêncio. Contudo, ainda agarrava-me à contagem dos dias para revê-lo e tê-lo da forma que parecia que eu tinha. Que eu permanecesse o resto de meus dias esperando-o no escuro como estava, pois agora me assola a sua ausência em sua presença – ver como o “antes” parece não ter existido.  Me entende ? Algo mudou e dói tanto que você esteja tão perto mas eu ainda o sinta tão longe. Uma distância intangível, criada, cruel e fria, cujo motivo me assombra a alma.
   Sem mais, meu bem, não, nunca, jamais desistirei de minha rosa.

Comentários

  1. "Nunca desistam de suas rosas".

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  2. Afinal as coisas que realmente importam merecem nossa persistência, mesmo parecendo longínquo de certa forma estará sempre conosco no mais profundo da alma, no mesmo lugar onde permanecem as rosas que amamos.

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  3. vc vai me fala o erro de comunicação? não entendi.

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