Educação
Em cada um de nós, há muito o que se pode avaliar para chegar à definição do caráter. Desde o berço somos educados, e levamos essa educação (em proporções relativas a cada um) pelo resto de nossas vidas.
Dentre a educação que nos é dada, e a que nos é imposta, passamos a filtrá-la e a absorvê-la após atingirmos certa maturidade, de acordo com nossos preceitos morais.
Rousseau, em sua obra “Emílio”, analisa a educação baseando-se em um arbusto: a criança é o broto, e a cerca ao seu redor é a mãe. Os frutos que esse broto futuramente dará serão as alegrias de seus educadores e representarão a personalidade do indivíduo em questão. O suíço diz também: “um homem abandonado a si mesmo desde o nascimento entre outros seria o mais desfigurado de todos”, pois, segundo ele, o homem nasce fraco, carente e estúpido e “tudo o que não temos ao nascer e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação”.
O que tento passar é a importância, tantas vezes ignorada, da educação e, sobretudo, dos preceptores.
Meus pais me educaram. A mim e a meu irmão. Dedicaram-se também à educação da minha cunhada, respeitando sempre os limites estabelecidos pela educação que ela recebera de seus pais.
Meus pais fizeram da educação suas profissões: não bastando educarem seus filhos, educaram e educam filhos de outros, tomando-os como filhos também, uma espécie de “filhos temporários”, ou qualquer coisa assim. Alguns alunos deles me fitam com ciúmes. Uma vez “adotados” e gratos, alimentam realmente um amor de “filho pra pai”, ou um amor que se aproxima disto. Eu não os culpo – eu mesma tenho outros pais além dos que a Natureza me deu.
Algo engraçado, porém, é que, às vezes, os alunos deles aparentam valorizá-los mais do que seus próprios filhos e eu demonstro ter mais carinho pelos meus professores do que por meus pais. Mas isto não é verdade.
Talvez o que aconteça é que a convivência nos permite ter uma ideia mais ampla das qualidades de uma pessoa e, uma vez que estas são bem conhecidas, tendemos a salientar mais as características ruins do que as boas.
Nós quatro – meu pai, minha mãe, meu irmão e eu – acreditamos que estamos na mesma família por laços e dívidas antigos: para aprendemos a nos suportar e amar. E eu sei que não seria tão custoso se eu os conhecesse apenas superficialmente, afinal, é mais do que comum amar alguém quando este alguém é desconhecido. Enganos e ilusões, propositais ou não, mascaram e ofuscam a realidade.
Pois bem, eu estive procurando e duvidando da existência do Amor, até entender que buscava em cantos errôneos. Embora ainda não possa afirmar com certeza se já testemunhei o fogo de alguma paixão, ou um amor verdadeiro entre ‘desconhecidos’, posso assegurar-lhes: o Amor existe. Existe em ao menos uma de suas infinitas variações supostas, ele existe, e eu o encontrei na família.
Meus pais têm defeitos, sim, e alguns são realmente difíceis de tolerar (e sei que eles se esforçam em aturar os meus também). Eu os amo pelas pessoas que eles são, desde quando acordam, até o momento em que se deitam. Eu não consigo amá-los por suas imperfeições, mas sim pelo modo como eles as conciliam com seus atributos. Seus alunos os amam por quem eles são como educadores, poucos os vêem como pessoas reais, que também vivem fora da escola e eu acho que são esses ‘poucos’ os que amam de verdade: eu também sou aluna e tenho amado bastante, de forma que este sentimento é a maior certeza que me guia.
Eu os admiro por serem pais, e mais ainda, por serem mestres – meu maior orgulho é que o sejam…
O pedagogo é a mais importante figura no desenvolvimento e formação, em suma: na vida de um indivíduo.
FELIZ DIA DOS PROFESSORES !!
Aos meus pais, e aos queridos Melécio e Alessandro.
Comentários
Postar um comentário