Conspícuo.
   É belíssimo. Sublime, divino, apolíneo !
   Árduo encontrá-lo – oculta-se sem esconder-se, não é evidente.
   Engana, ainda que permaneça puro. Base composta por contradições e pedras, por inquietações, insônia, por obliquidade, inevitabilidade, por súplicas desesperadoramente sinceras, por tudo o que não é óbvio, embora o pareça. Não, não se pode adivinhá-lo, não se pode prevê-lo. Não se consegue provocá-lo, transtorná-lo. É impossível superá-lo, bem como detê-lo.
   É um jogo sem perdedores ou ganhadores, os que jogam são, meramente, jogadores. É uma estrada de dois sentidos, estrada para o desconhecido.
   É a perfeita junção da harmonia da desordem com o caos da serenidade. Dor aguda e adocicada, atraente, deleitável.
   Mas, como algo tão primoroso se alimenta de tanta ruína e obscuridade, e disso somente ?
   Seu encanto se faz às custas da amargura. Mas sua excelência é impagável, e sua perfeição simplesmente irresistível.

Comentários

  1. Palavras muito bem colocadas...
    Acho que pouquíssimas pessoas descreveriam-no tão bem...( Se é o que eu acho que é '-' )

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