Conspícuo.
É belíssimo. Sublime, divino, apolíneo !
Árduo encontrá-lo – oculta-se sem esconder-se, não é evidente.
Engana, ainda que permaneça puro. Base composta por contradições e pedras, por inquietações, insônia, por obliquidade, inevitabilidade, por súplicas desesperadoramente sinceras, por tudo o que não é óbvio, embora o pareça. Não, não se pode adivinhá-lo, não se pode prevê-lo. Não se consegue provocá-lo, transtorná-lo. É impossível superá-lo, bem como detê-lo.
É um jogo sem perdedores ou ganhadores, os que jogam são, meramente, jogadores. É uma estrada de dois sentidos, estrada para o desconhecido.
É a perfeita junção da harmonia da desordem com o caos da serenidade. Dor aguda e adocicada, atraente, deleitável.
Mas, como algo tão primoroso se alimenta de tanta ruína e obscuridade, e disso somente ?
Seu encanto se faz às custas da amargura. Mas sua excelência é impagável, e sua perfeição simplesmente irresistível.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Palavras muito bem colocadas...
ResponderExcluirAcho que pouquíssimas pessoas descreveriam-no tão bem...( Se é o que eu acho que é '-' )