Somente um fio, um resquício, uma pequenina faixa branca, reluzindo quente, brilhante, tremendo solitária, em meio ao nada, em meio à escuridão. Seu olhar.
Cheiro de dúvidas… Não ! Cheiro doce, cheiro de erva e dia de chuva. E a luz, mais enérgica, espectável, fazia-se mais intensamente bela e convidativa.
Toquei-a. Queimou-me.
Entorpeceu-me em ardor e saudade e amor e querer. Em seu sorriso.
Monopolizou meus sentidos.
Afogou-me numa densa substância. Afogou-me irreversivelmente em sua ausência. Deixou minha vista turva.
Te amo…
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Como simplesmente um olhar apenas um olhar pode nos afetar tanto, como um sorriso apenas pode fazer tudo desabar sobre nós mais uma vez... e assim fecha-se o ciclo que de qualquer forma semre nos afogará de novo, sempre nos queimará de novo... e permanecemos...
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