Posso ainda ouvir tua voz. Ver em teus olhos o brilho que tanto cobiço. Posso ainda sentir-te. Cada vez mais se vai, contudo, continuo a sentir-te aqui – todo tempo.
   Mas este jardim enfermo de desconsolo, desabito. Como uma libertação, todavia hesito. Toda vida te quis – te deixo ir.
   Este oceano de pássaros mortos, isento-o de mim. Esta carga.
   Você se foi e neste comenos, todos os nossos instantes deixaram de existir, e eu também. Perdidos no tempo, enjeitados, jazendo exclusivamente dentro de mim, perdidos para sempre.

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