Despertou-me o som da tua voz, excitou-me corpulenta saudade de outrem. Fui rever tuas fotos, fui resgatar tuas cartas e, sem saber bem por que motivo, fui ressentir meu augusto penar daqueles dias.
   Ora, descerraram-me as entranhas, outra vez, cavaram-me, sangraram-me; roubaram-nas para deixá-las ao léu, simplesmente. Então, talvez a mágoa que me fora afligida por este rejeito me tenha feito buscar-te, sem querer. Largo-te, largo-nos aqui.
   Calejada vivo, por crer na candura de outrem, na pureza dos acasos, por não considerar a existência de mentiras, de conveniências de dissimulados…
   Ah, a inutilidade e a desatenção daquelas palavras fizeram-me doer… O intento de ferir-me existe, ainda que distante e, sempre se consolida, lamento ! Lamento, ele não vê, porém, ao menos nele também não dói, que antes deste início consolidar-se, o faço findar, retrocedo, declino, desistindo dele e de sua frialdade.
   Estarei só, estando por mim e não por outrem.

Comentários

  1. Deleitar-se do que seu foi, tentar rever a correnteza que o rio levou.

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  2. Saudações linda milayd, encantado com tuas doces obscuras escritas, convido a ti para visitar e seguir o blog que administro, seria uma honra tê-la em meus aposentos. Aguardo tua visita. Bjo gótico em teu coração

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  3. obrigado linda Nicole, por estar presente no Goticus, estou a te seguir tbm, um até breve...
    BJo

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