Assovio. A rua deserta e “Chalana”, assoviada, era tudo o que se fazia ouvir. Se vinha de homem, de mulher, de criança, não me cabe dizer, não vi. Ouvi, apenas. Se fosse cantada, a voz estaria amarga, posso dizer. E também, os olhos marejariam em seu início. Qualquer outro pararia para escutar também, os trinados cessaram e o vento parou de ventar. A sensação que invadiu e preencheu, a mim e a rua, ambas desertas, deu-me um frio na espinha e fez as árvores chorarem.
O Sol se pôs tão rapidamente, como que para escapar.. Que foi um momento tão doce, conquanto tão tristonho.
Vou-me agora, com o assovio fervendo, insculpido n’alma.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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