Ah, cachorro ! Estúpida lealdade,
Alegria demente, contentamento vão !
Sim, todo vão e todo estúpido,
Deleita-se em sonhos; embalde
Aguarda ansiosamente seu patrão
Todo imerso em si, imerso em júbilo,
Tão desprezível quanto cúpido !

Vai, vai buscar a tua bola,
Vai, vai uivar e aborrecer também a lua.
Vai, cachorro, vai embora,
Ele não te quer, não ! Ele te chuta !

Te chuta tão delicado, tão irritado…
Te chuta tão educado, indiferente,
Muito mais do que sempre ocupado.
Você não existe pra ninguém, cachorro !
Ver seu amo o alegra – abana o rabo
E ignora que é sempre ignorado,
Descabidamente carente…

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