Ah, cachorro ! Estúpida lealdade,
Alegria demente, contentamento vão !
Sim, todo vão e todo estúpido,
Deleita-se em sonhos; embalde
Aguarda ansiosamente seu patrão
Todo imerso em si, imerso em júbilo,
Tão desprezível quanto cúpido !
Vai, vai buscar a tua bola,
Vai, vai uivar e aborrecer também a lua.
Vai, cachorro, vai embora,
Ele não te quer, não ! Ele te chuta !
Te chuta tão delicado, tão irritado…
Te chuta tão educado, indiferente,
Muito mais do que sempre ocupado.
Você não existe pra ninguém, cachorro !
Ver seu amo o alegra – abana o rabo
E ignora que é sempre ignorado,
Descabidamente carente…
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Olhe em volta e sempre o verá, bem ao lado, com sua lealdade infinda
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