Devaneio..

17,12,09-20.10   
   E então, assim que ele disse aquelas palavras, um vento forte, gelado e ruidoso escancarou a janela trazendo consigo pó e folhas secas.
   Eu simplesmente não podia entender mais nada. Tudo o que eu vinha acreditando há anos, virara pó, como o que entrava pela janela. Agora tudo resumia-se em contradições e desilusões. Nada restara. Nada tangível. Nada.
   Mesmo que eu lutasse fervorosamente – o que eu não fiz –, não poderia ter impedido aquelas lágrimas de molharem meu rosto e embaçarem a visão mórbida que estava se impondo a mim.
   O sal já conhecido, íntimo, o peito apertado, abarrotado de nós que desatavam-se em soluços. Era inacreditável, era… Era simplesmente inaceitável.
   A janela fora fechada e, outra vez, o ambiente se calou. Diante de mim, apenas a carcaça encurvada do que ele costumava ser. O brilho em seus olhos não passava de umidade. Seus lábios, roxos pelo frio, nada despertaram em mim, desta vez.
   Ele apenas não tinha mais nada para dizer Ele simplesmente não conseguia mais. Fitou-me uma última vez, inexpressivo. Eu apenas desejei que aquela ausência de expressão significasse qualquer outra coisa, que não o vazio puramente vazio.
   Senti minha garganta pesada e meu peito comprimiu-se de novo, ao passo que ele se afastava de mim uma vez mais… Uma última vez.

Comentários

  1. oi nick, td bem?
    é o wandnho(1º comentario, uhuu!)
    essa é a primeira vez q eu vejo seu blog
    to sem palavras
    vc escreve muiiiiiiitoooooooo bem!!!!!
    so teu fã de hoje em diante
    XD

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  2. Nick!
    O Pteridófita chefe tá fazendo propaganda do teu blog!
    Ele tava dando aula, e faltaram elogios^^
    Enquanto isso, eu fui chamado de Stich ¬¬

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