E eu me lembro que já passei noites acordada, pensando em você… E eu me lembro que já perdi meu apetite, por sua causa. Já suei frio e tremi receosa, por você.
E pensar que eu já me senti tão bem vinda, nos seus braços. Pensar que eu dediquei cada segundo vivido, cada suspiro, cada singelo olhar a você.
E pensar que, hoje, choro de raiva. Hoje, nada me prende, não consigo desviar o pensamento, não durmo, não como, nada afugenta essa mágoa por muito tempo. Nada arranca esse rancor do meu peito.
Esse ódio cru e esse vergonhoso desejo de vingança me invadem.
Ah, asfalto ardente, pare de clamar meu nome !
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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