Foi assim:
Havia um rapaz, o qual, não sei por que, estava preso naquele castelo, que não estava propriamente em ruínas, mas sim mal cuidado; podia-se notar, sem nenhum esforço, que havia um bom tempo desde que havia sido habitado pela última vez: estava imundo e em plena desordem.
Em outra cena, havia uma mulher, gótica, trajando um vestido longo, de um marrom forte, ela dançava sob a chuva, estava em uma quadra rodeada por paredes baixas, as quais poderiam ser facilmente puladas, se a copla não se localizasse na extremidade mais alta do castelo, como uma lájea, onde era impossível de se chegar. O céu estava cinza, devido às nuvens densas, que todavia, ainda deixavam passar luminosos raios de sol, como holofotes na copla. Enquanto chovia e ela dançava… Então, sangue, quente e ácido, irrompeu de repente, não sei dizer de onde. Ela começou a cantar, enquanto era tingida pelo vermelho vívido.
Acordo. Minha mãe conversa comigo, não me lembro sobre nosso diálogo. Fecho meus olhos, torno a dormir…
Repentinamente, sou levada de volta ao castelo onde o rapaz recebe a notícia de que será solto. Quatro homens aparecem, sendo que três trajam uniformes espaciais, e o último vestia-se como um apresentador de programa de televisão, trazendo consigo, inclusive, um microfone. O rapaz os leva até um cômodo que me parece ser um galinheiro abandonado, repleto de penas, com ovos espalhados pelo chão. Andavam quando, subitamente, os quatro homens sumiram, deixando o rapaz sozinho uma vez mais. De alguma maneira, ele fora avisado de que nunca havia nem ao menos chegado perto de ser solto, e que fora tudo um escárnio.
O desespero foi tão imenso que me fez acordar, num assombro. Preocupo-me com o horário, contudo ainda era cedo, não passava das três da madrugada. Adormeço novamente.
Apareço em uma sala cor púrpura, empesteada de zumbis e seus barulhos horripilantes. Vejo o mesmo rapaz novamente, agachado em meio àquelas criaturas, mal se mexia, mal respirava, receoso de ser descoberto humano.
Um daqueles seres, ao contrário dos outros, não vagava debilmente, nem debatia-se contra a parede. Estava inerte, estático, seus olhos esbugalhados vigiavam o rapaz, como se ele soubesse do que se tratava, como se apenas esperasse o movimento errado.
Pressão demais, pânico demais. Acordei. Não voltei a dormir.
Comentários
Postar um comentário