Dê-me sua voz. O doce timbre do seu falar.
Dê-me seus olhos. Seu jeito suave de olhar.
Dê-me sua mão. Deixe-me fazer o tempo parar.
Dói, Amor, de tanta saudade,
Tanta saudade de você…
Dói, Amor, de tanta vontade,
Tamanha vontade de te ver…
Dê-me seus lábios. Viverei para vê-los um sorriso tecer.
Dê-me sua pele. Sinta-me ao me aquecer.
Dê-me seu amor, e ajude-me a não deixá-lo adoecer.
Dói, Amor, de tanto sonhar,
De tanto esperar e você nunca chegar.
Dói, Amor, dói ter que calar
Cada suspiro ao te ver passar.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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