Calepino

Faltam-me forças, não posso falar
Que olhos cansados, não conseguem ver
Membros atados tentam descerrar
Mas o que é segredo, sempre vai ser

Nesta fuga mórbida permaneço
Meus gritos que soam tristes retumbos
E neste enlace sórdido estou preso
Lábios cujo sabor remete ao chumbo

Ah, meu coração, que vive em penúria
Que só assiste o tempo e sua fúria
Encarcerado por não esquecer

Ah, quero ir embora, quero partir
Ser apenas um, deixar de mentir
E este calepino meu, esconder

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