Silêncio

  E agora vem o silêncio. Expressa tanto, sem querer dizer nada.
  Na ânsia de buscar palavras para definir o que não se define, predomina o silêncio, única solução.
  Silêncio. Suspiro. Os olhos põem-se a falar, numa linguagem desconhecida, mas muito bem entendida. Falam em silêncio.
  Um turbilhão de pensamentos que vêm e vão, nenhum forte o suficiente para se fazer notar de fato. Nenhum mais importante ou expressivo que o silêncio.
  Cresce uma ardência, reinicia-se a busca por alguma frase adornada, ou ao menos uma palavra, que consiga definir ou completar com harmonia o momento vivido. Cresce a pretensão de dizer algo, qualquer coisa, mesmo que apenas por dizer. A boca se abre. Forma-se um nó na garganta. Palavras erradas estragariam aquele momento. Palavras certas inexistiam.
  Boca fechada, deixa o silêncio reinar.

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