Hora de ir
“Minhas piores dores são as palavras que eu não posso dizer”
As nuvens dançando dizem-me para ter pressa. Já é hora de ir. Pintam no céu cores, conforme o cair da tarde.
É tempo de regressar, ir pra casa para procurar por respostas a tudo que tenho visto, desde que me fui. Em uma próxima vez , nova chance surgirá para que eu torne a vir para atestar minhas conclusões, assim como foi da última vez… Como tem sido desde a primeira.
Dar uma volta por fora, respirar. Esquecer tudo por enquanto, mesmo desejando que fosse pra sempre. Esquecer; me aquecer.
Hora de ir, sabendo que voltarei. De abnegar os sonhos, ceder à conveniência de cruzar os braços e apenas assistir o mundo. Ficar inerte algum tempo, tentando apenas não pensar, não formar opinião. Tornar-me um vegetal como meio de me proteger desse silêncio que me preenche, dessa solidão que tem feito de mim o que quer.
Hora de desistir, reconhecer a batalha perdida. Me desfazer de sonhos tão bonitos, sabendo que é impossível não lembrar. Impossível não chorar, mas, ainda é possível sorrir. Não é justo que todos levem a culpa pelos meus devaneios.
Escrever é como falar sozinha, às vezes parece não adiantar. Ainda sim, escrevo. Alguém há de entender. Ou ao menos tentar.
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