Posso ainda ouvir tua voz. Ver em teus olhos o brilho que tanto cobiço. Posso ainda sentir-te. Cada vez mais se vai, contudo, continuo a sentir-te aqui – todo tempo. Mas este jardim enfermo de desconsolo, desabito. Como uma libertação, todavia hesito. Toda vida te quis – te deixo ir. Este oceano de pássaros mortos, isento-o de mim. Esta carga. Você se foi e neste comenos, todos os nossos instantes deixaram de existir, e eu também. Perdidos no tempo, enjeitados, jazendo exclusivamente dentro de mim, perdidos para sempre.
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Mostrando postagens de março, 2011
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I was there, one year ago, lieing, faking it all. I still (do we ?) have some blemishes of those days.. One year ago sounds too little to me. Nevertheless, when I turn myself around to notice the path from where I came... Would take me much more than a year to remind, to relive, to rescue all the memories. That was the longest year, no doubt. It's funny that things are changing all the time, however, they always remain the same.. The view is the same, everything stills like before. The stories are repeated but everything always seems new. I remember exactly what I was thinking, exactly one year ago. Maybe, wasn't me who thought that way. Maybe today, I'm not the person I was anymore. I used to like to hold you. Used to tolerate mosquitoes and smell of cinnamon. I used to like you.
Arcano
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Quisera escrever teu nome… E deixá-lo junto ao vôo das andorinhas. Que ele voe e volte sempre ao meu ninho. Deixá-lo junto às flores que desbotam e renascem. Às nuvens ciganas, que chovem e deixam seus frutos e cheiros. À luz do sol, que não deixa de acompanhar-nos nunca. Ao ouro e a prata. Ao meu. Não o mereço, porém. Ah, meu amigo, de olhos castos, esfíngicos, cheios, redondos, como luas imensamente negras e orvalhadas. Em seus olhos cabem o mundo. Seus olhos refletem sua alma – meu mundo. Quisera poder vê-los mais de perto… Poderia ser mais simples agora, que não estou lidando com um engano ou miragem. Somente um paradoxo, um tangível intocável.
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Dissipou-se, simplesmente. Sem mais pretextos para desvelar-se, silencia-se este cuidado. Não deixa, porém, de existir. Nata de um repertório dissimulado e adornado de gentilezas, calo em meu peito esta ilusão concreta de sentimentos. Se estava fadado a ser desta maneira, se me tivessem dito, eu talvez teria evitado este tão acerbo desengano. Mas os alarmes foram demasiadamente baixos… Corta-me a garganta, a aspereza de meu ânimo. O delito fora então, meu – que crime tão grande há em crer ! Não o sinta, não, que te quero bem demais, que te quero e este querer, em mim, perdurará.
Carta – Napoleão a Josephine
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“Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida. No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josephine me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada. E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor! Que mazinha! Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?... Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha ant...
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Sinto sua falta… Muito. Tão pouco tempo – sinto muito a sua falta. Sinto muito. Escrevo por não saber falar. Não sei. Até tentei… Peguei-me treinando o que dizer, ensaiando as palavras… Mas você não veio para ouví-las. Neste zunido de vozes Ponho-me a buscar a tua… Ponho-me a buscar-te aqui. Nestas figuras atrozes Somente o vazio atua; Ponho-me a sentir-te em mim…
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Gentis palavras, como beijos de lábios apodridos revigoram lembranças cruelmente doces, sepultadas em meu íntimo. Espectros que se vêem livres para renascerem e fundirem passado em presente. Dentro de mim, longe de tudo o que há fora, um cemitério construí para tumular minhas memórias, podendo tornar a vê-las e vivê-las quando desejasse. Porém, começo a pensar que eu nunca tive controle sobre elas (uma vez que me vêm assombrando por noites e dias, sempre que bem entendem) e pergunto-me, se assim quisesse, poderia mandá-las embora ? Poderia tirá-las todas de mim ? Livrar-me deste vasto campo de jazigos e segredos ? Não necessariamente à meia-noite, esses fantasmas que tenho cultivado dentro de mim, em seus animalescos restos de ossos esfarinhados, vísceras expostas e artérias vazias, dilaceradas, vêm buscar-me e preencher-me de amargor e de um vazio tétrico, infindo… Se eu procurei por isto, se eu criei cada parte de cada um deles, por...
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Por este momento, não sei mais quais intuitos ainda me trazem aqui, não sei o que estou fazendo. De repente, sentir ( o que quer que seja ) me parece apenas mais um disfarce calculado, uma lâmina com o propósito de ferir. O saber que não saberei, o que há por trás de teus olhos que não os deixa sorrir junto a teus lábios. Teus lábios… Ainda os sinto quentes próximos aos meus. Deixa-me inquieta tal injustiça, não a de desejar sem poder ter, mas o sentir… Que me angustia, que me preocupa e me traz mágoa… Importo-me. Sozinha, permaneço importando-me. – Teus passos articulam os meus – Teus passos quase tocam os meus. Não é justo também que uma proximidade tão íntima comporte tão disforme ausência e tão pungente distância…
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Despertou-me o som da tua voz, excitou-me corpulenta saudade de outrem . Fui rever tuas fotos, fui resgatar tuas cartas e, sem saber bem por que motivo, fui ressentir meu augusto penar daqueles dias. Ora, descerraram-me as entranhas, outra vez, cavaram-me, sangraram-me; roubaram-nas para deixá-las ao léu, simplesmente. Então, talvez a mágoa que me fora afligida por este rejeito me tenha feito buscar-te, sem querer. Largo-te, largo-nos aqui. Calejada vivo, por crer na candura de outrem, na pureza dos acasos, por não considerar a existência de mentiras, de conveniências de dissimulados… Ah, a inutilidade e a desatenção daquelas palavras fizeram-me doer… O intento de ferir-me existe, ainda que distante e, sempre se consolida, lamento ! Lamento, ele não vê, porém, ao menos nele também não dói, que antes deste início consolidar-se, o faço findar, retrocedo, declino, desistindo dele e de sua frialdade. Estarei só, estando por mi...
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Eles passam, passam… Não me vêem, não me olham. Uns olham sem ver, também. Querem moto, querem bebida, querem mulheres, querem música, querem dança, querem descanso… Queria pensar em tanto, também. Queria querer… Podendo ter assim que chegar em casa. Porém… Permaneço aqui, sentada, os vendo (e tão somente, observando) passarem, querendo e querendo, ansiosos na certeza de terem…
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Poderia ter contigo um afeto como de Dirceu… E Marília. Poderia comparar teus olhos às estrelas, teus lábios ao doce mel, teu sorriso ao Sol… E concluiria que nada pode superar-te. Poderia declarar um oceano infindo de afeto por ti, jurar sobre a veracidade da torrente de lágrimas que deixei cair por ti… Não mentiria. Contudo… Prefiro ser breve. Não menos correta, não menos sincera, apenas menos usual… Quero-te. Amo-te.
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Ser escrito – ser sozinho. Escrever é estar sozinho. Escrever, eu faço rindo: Amo prosear comigo. Os segredos meus, eu grito. Escrevendo, estou sozinho. Ninguém vê que estou sozinho, Ninguém lê estes redondilhos… Encarnei tal desatino Como se encara o destino; Lutar contra estar sozinho Não muda que estás sozinho. Sigo a esmo este caminho, Sem saber onde estou indo. Ao fim deste canto frio Sem meus versos, vou sozinho.
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Um olhar mudo, uma sombra fugaz: tormenta sem ventania. Um riso mais pranto que riso; um pranto mais riso que pranto – a boca pasma, cala. Retrato meu, hora dentre outros retratos com mais vida em si do que o que fora retratado, hora pregado no cinza vazio de uma parede rachada… Como eu mesma, esvai-se. Cansa e ao chão se vai.
Flâmula
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Vem brincar com minhas palavras, elas todas nascem em ti. Cavaleiros, suas espadas, Em guerra intrínseca e sem fim: Estando, estiveras estado ? Perto como um barco à deriva, Um agouro bem afiado ou Conto de amor que sei de oitiva… Busco tuas brumas, teus braços, Em tuas luas, teus retratos, Em tuas plumas, teu encalço, E busco encontrar-me em teus passos. Busco, sabendo minha sina De não me opor a ser cativa e Ser tua, só tua, sem ter-te; Ser minha, só minha, sem ser; De querer partir para ver-te.
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Like when you start to wonder why, Why always so far ? You ask yourself if things should really Be this hard… No strenght to talk; no one to hear… And when he says “I love you too” well, it hurts, Cuz you cannot really believe his words… You feel like breaking and it sucks… Oh, why did you fake, left me lost in flame, Made me want you to care ? Like when you try to ask him "Why don’t you go away ? We both know you were never here, Anyway…" But you still wanting him to pretend, No one to hear; to talk, no strenght… When you want to say “I love you” Before you hear an “I adore you”, I'd never ever blame you... Can I say the intentions were good ? Can I say those words were just cruel ? Hurts… I can’t make you mine… Hurts… You kiss me when I’m about to die, So I smile whenever you breath, Whenever I breath: whenever you smile. All you used to say, did you really mean ?
Linger - The Cranberries
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If you, if you could return, Don't let it burn, Don't let it fade. I'm sure I'm not being rude, But it's just your attitude, It's tearing me apart, It's ruining everything... I swore, I swore I would be true And, honey, so did you... So, why were you holding her hand? Is that the way we stand? Were you lying all the time? Was it just a game to you? But I'm in so deep... You know I'm such a fool for you You got me wrapped around your finger, Do you have to let it linger? Do you have to, do you have to, Do you have to let it linger? Oh, I thought the world of you I thought nothing could go wrong, But I was wrong, I was wrong... If you, if you could get by Trying not to lie, Things wouldn't be so confused And I wouldn't feel so used, But you always really knew, I just wanna be with you... But I'm in so deep... You know I'm such a fool for you You got me wrapped around your finger, Do you have to let it linger? Do you have to, do you have...
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Disponha de um fim singelo. Por que tão poucos dizem a verdade quando é tão simples ? Quase fácil demais… Simulou tal amor (falta-me melhor palavra) ? É o que todos fazem, não ? Moda medíocre, perversa, vil ! Eu posso mentir melhor, falsear um desamor, versejar minha dolência ao passo que sorrio. Seria, ainda assim, mais nobre mentira. Não atino de onde minhas forças vieram. Forças para o nada, para existir, simplesmente. Não atino e agora não as encontro mais… Desconheço os últimos olhos nos quais pousei os meus. Os últimos pulsares meus foram teus. Sinto rojar, aproximar-se de mim, a solitude daqueles dias.. Agora é o que ? Uma palavra. Você notou a diferença ? Uma palavra mudou. Foi permutada. Eu avisei, cachorro, disse para ir embora…
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Hoje o Hilarious Pov completa seu primeiro aninho. Eu apenas não queria deixar de comentar… Todo mundo sabe que não tem nada de hilarious aqui. A url foi uma ideia emprestada de minha amiga Lika, que eu tentei usar funcionando mais ou menos como uma antítese a todo o resto do blog… E eu continuo me sentindo pretensiosa, chamando de blog, meu blog. Vim motivada por amigos e arrastei outros comigo também. Chorei a morte de desconhecidos que, mais tarde, descobri que estão vivos (patética ? Eu ?). Alguns tentaram vir e me adivinhar – mal entendidos. E, como ouvi numa minissérie nessas últimas férias, “quem escreve quer ser lido”, é verdade. Me faz muito contente ver os que vêm aqui. “A bundle of broken nerves / A mouthful of words..” Gothic Lolita - Emilie Autumn
Correnteza
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Tem uma menina lá do outro lado; Tem uma mulher, do outro lado do rio. Eu não tenho fundos pra comprar um barco; E não vou nadando, pois eu sinto frio. Mas o que é que faço para sustentar, Esse sentimento que me vai matando? Vai me consumindo, vai me corroendo, Será que a vontade vou realizar? Mando-a um sinal só pra me consolar; Mostro que me importo, que lá quero estar. Mas não sei se resposta virei a receber; Tudo depende da forma como ela o interpretar. Minha esperança é de que um dia ela virá; Comprará um barco, vai atravessar. E perto aqui da beira vamo-nos encontrar; Assim confirmarei se era só pensar. Caso o pensamento fosse bem concreto, Caso a vontade seja, sim, verdade. Mudarei a vida pra muito melhor; Nela encontrarei real felicidade. Leonardo A. Margini – 14 de abril de 2010
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Você é “de lua”, estou vendo. Mas te quero bem todos os dias. Bem para mim. Você não poderia esquecer-se de ser frieza e ser somente doçura, para sempre e sempre ? Tenho te esperado. Tenho deixado as estrelas com seus brilhos clichês de olhos enamorados invadirem-me. Tenho visto o mundo em você. Tenho conversado com abajures e cômodas e tenho dançado na (chuva) rua. Cansa-me falar de sonhos, porém, que mais tenho ? O que difere agora e dantes, é a expectativa de findar meus devaneios não pelo pranto, não pela rima, mas sim pela vida, para vivê-la. “..Dia ímpar tem chocolate, dia par eu vivo de brisa / Dia útil ele me bate, dia santo ele me alisa / Longe dele eu tremo de amor, na presença dele me calo..” (Sem Açúcar – Chico Buarque)
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Assovio. A rua deserta e “Chalana”, assoviada, era tudo o que se fazia ouvir. Se vinha de homem, de mulher, de criança, não me cabe dizer, não vi. Ouvi, apenas. Se fosse cantada, a voz estaria amarga, posso dizer. E também, os olhos marejariam em seu início. Qualquer outro pararia para escutar também, os trinados cessaram e o vento parou de ventar. A sensação que invadiu e preencheu, a mim e a rua, ambas desertas, deu-me um frio na espinha e fez as árvores chorarem. O Sol se pôs tão rapidamente, como que para escapar.. Que foi um momento tão doce, conquanto tão tristonho. Vou-me agora, com o assovio fervendo, insculpido n’alma.
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“E eu aceito nele o que eu não aceitaria em ninguém”, alguma vez, eu disse isto. Droga. E também, de repente, sou eu sorrindo por pensar nele... É o meu peito ardendo de saudade dele. Sou eu padecendo por cada pormenor que ele usa para me convencer – propositalmente ou não – de que não gosta de mim da mesma maneira… Droga, droga, droga… Paro e tento… Escrever. Um nada qualquer, um naco que tenha para alguém ou para mim mesma, gosto de tudo. Poderia ser sobre isso mas eu não consigo, sinto-me uma covarde: seria como querer dizer e esperar você ir embora para fazê-lo. Não posso, não devo.
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Eu não queria ouvir nada disso, não preciso. Palavras frias, já sabidas, desnecessárias – já ditas. Por que repeti-las ? Doem… Seu olhar e seu tom, delatam o que se faz em seu peito… Que cresce feroz e sem freios, o que não deveria crescer. Tarde demais. A sorte não é dádiva que nos tem apontado com frequência…
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And could even destroy my disgrace To grow colder coated by this murdered race Death reminds me this ground of roses With no identity, this time, I'm frozen Oh, solitary moon, why your sky is so damn red ? His unsaid words keep coming and going inside our head, A silence that embrace all our regret, Moon of the shine rented, does it makes you upset ?
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Ah, cachorro ! Estúpida lealdade, Alegria demente, contentamento vão ! Sim, todo vão e todo estúpido, Deleita-se em sonhos; embalde Aguarda ansiosamente seu patrão Todo imerso em si, imerso em júbilo, Tão desprezível quanto cúpido ! Vai, vai buscar a tua bola, Vai, vai uivar e aborrecer também a lua. Vai, cachorro, vai embora, Ele não te quer, não ! Ele te chuta ! Te chuta tão delicado, tão irritado… Te chuta tão educado, indiferente, Muito mais do que sempre ocupado. Você não existe pra ninguém, cachorro ! Ver seu amo o alegra – abana o rabo E ignora que é sempre ignorado, Descabidamente carente…