A diferença entre eles faz-se notar em seus corpos. De modo vulgar: ele é velho, ela é nova.
O afeto dela por ele incomoda a muitos. É incomum. Diariamente ela se desgasta e padece, e deixa seu corpo jovem morrer, para poupá-lo. Muitos condenam seu modo de vida, mas eu vejo como prova de amor.
Se ela está disposta a esquecer-se de si mesma por ele, de batalhar e estar sempre presente, e ser sempre útil em todo e qualquer assunto que o envolva, se ela faz tudo ao alcance dela apenas pelo carinho por ele, sem intenções de receber algo em troca – todos sabemos que isto é impossível –, se ela quer isto, é por que, apenas por que, ela o ama.
Esse amor parece real e verdadeiro pra mim. E cada sacrifício que ela faz me parece simplesmente aceitável e justificável, mesmo que, aparentemente, não seja retribuído.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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