Ultimamente…


É como se eu estivesse aqui apenas para assistir as pessoas vivendo. Ver pessoas sofrendo, vê-las  felizes, vê-las morrendo. É como se o mundo estivesse dando suas voltas sem mim. Como se minha vida estivesse passando sem mim. Como se eu pertencesse a nada. Estou sentindo como se eu nunca fosse encontrar um lugar certo, como se não houvesse lugar nesse mundo para alguém como eu. Como se não houvesse ninguém lá para mim.

Ultimamente eu não tenho dado a mínima para nada. Como se eu não realmente quisesse ou precisasse de nada. E olhando para tais dias e percebo como é vazia e falsa a vida que estou vivendo agora.

Eu simplesmente não consigo confiar na maior parte das pessoas em minha volta. Não é possível para mim, acreditar nelas. Não é possível chamá-las de amigos. Não verdadeiramente, pelo menos.

As pessoas vêm e me falam sobre suas dores e eu tento fazê-las sentirem-se melhores, mas, ninguém realmente quer saber sobre mim, de qualquer forma, ninguém pode, realmente fazer com que eu me sinta bem.

Eu sinto falta de dar abraços apertados. Eu sinto falta de contar alguém sobre como foi o meu dia medíocre… Mas, o que eu mais sinto falta é de dizer “eu te amo”… Um “eu te amo” que venha do fundo do meu coração. Dizer isso verdadeiramente, sentir essas palavras verdadeiramente.

Ultimamente eu tenho me tornado cinza por dentro. Enterrada em monotonia. Eu tenho mudado interiormente e agora eu acho que não sei quem eu sou, do que eu sou capaz.

Ultimamente eu tenho fingido sorrisos, fingindo que estou feliz, que estou bem, que estou normal. E dói sentir que ninguém me conhece o bastante para perceber que estou escondendo minha dor. Sentir que ninguém pode me ajudar, e que ninguém se importa com isso.

Agora, grande parte das pessoas que fazem parte dos meus dias não me conhecem, e nem o farão. Não significam nada, não preenchem nada. Pelo contrário, a cada minuto junto delas, percebo quão grande é o vazio dentro de mim… Agora eu vejo qual é o tamanho de minha perda.

Eu não sabia que doeria tanto. E mesmo que soubesse, nada poderia ser feito. Decisões tomadas, consequências não podem ser evitadas… É tanta coisa ao mesmo tempo…
Dores antigas, dores novas… Se ao menos fosse apenas uma dor. Se doesse só de um jeito, só por um único motivo… Mas a dor que sinto também é dor que eu nunca imaginei que sentiria. Que eu nunca quis sentir. E também há a dor óbvia. Seja nova, ferida na carne viva, recente, ou então ferida que não cicatriza de forma alguma.

Estou me tornando uma ótima fingidora e ficando acostumada com a minha solidão.
Afinal, de que vale ter uma vida e vivê-la pela vontade de outros ?

Estou assistindo todos viverem suas vidas sem mim, como se eu já não fosse mais parte desse mundo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Saudade das Folhas

Ano Três