E eu… Gostava tanto de você… Gostava tanto de você…

Sozinha de novo. Esperando de novo. Esperar é minha vida. Esperar é minha sina…
Já passei tanto tempo acreditando estar só, relevando algumas pessoas que sempre estavam lá.
Pois então… Neste exato momento me encontro em meu quarto. Cabelos presos, pijama e com meus pés descalços no chão gelado, o que está me dando uma tremenda dor nas pernas. Neste exato momento não há ninguém comigo, nem mesmo lembranças agradáveis. NEM MESMO AQUELES VULTOS, tão comuns em momentos como este.
Sozinha. Momentaneamente ou para sempre, estou só.
Ninguém aqui demonstrando se importar, parece que tudo virou um jogo, o mais fraco há de se render antes… E eu acho que já passou da hora de tirarmos os fracos da jogada. Já passou da hora de eu ir embora… O que me consola é saber que o mais forte também será o menos confiável, aquele que realmente fingia. Saber que não era eu quem sempre mentia. Que eu sempre dizia o que sentia, ou ocultava apenas para não fazer sofrer os queridos.
Lá fora nem o vento se atreve a soprar, os pássaros não respiram e minha cachorrinha não move um músculo. Meu celular toca Gostava Tanto de Você, da banda Titãs, parece adequado.
Ao olhar pra minha vida, meus dias, percebo que estou dando prioridade à pessoas que não me têm ao menos como opção. Imagino se é realmente tão difícil dedicar uns míseros minutos a quem perde horas de sono, pensando, refletindo, sofrendo… Só.
Completa solidão, afastaram-se de mim quaisquer sentimentos bonitos que eu estava alimentando até poucos minutos atrás. Sumiram. Se foram. A estranha sensação de vazio, de não precisar de nada, nem ninguém, me deixa tão desconfortável quanto a sensação de não ter o que preciso para ser completa. Agora eu simplesmente não sei o que quero, o que preciso. Era melhor quando eu apenas sabia que não podia ter e sofria apenas por isso.
Escrevendo aqui, lágrimas cotidianas perto do teclado do computador. Elas me trarão uma enorme dor de cabeça mais tarde, quando eu estiver sentindo alguma coisa de novo.
É tão horrível chorar por algo que nem EU MESMA considero importante. Ou talvez seja por isso que eu chore… Por eu não ser importante nem ao menos para mim.
Faz tempo que eu não tenho algo real e eu nunca pensei que importava com isso. Talvez esteja passando por este momento para começar a me importar. Talvez não. Estou confusa. Confusa demais. Veio tudo de repente, há poucos minutos atrás.
Sim, há poucos minutos que eu me descobri completamente só, esperando por alguma mão amiga verdadeira que eu sei que não virá.
Cega e confusa. Eu só queria alguém que fosse capaz de perdoar todas as merdas que eu faço e falo… Não é por mal. Vocês não sabem como é se ver só todo o tempo. Vocês (nem sei se estou a falar com alguém, mas me permito o plural) não sabem como é se encontrar realmente só, mais só do que sempre esteve.
Eu só desejo alguém que minta tão bem que me faça crer que tudo ficará bem, independentemente de como ou quando.
É tão difícil me acostumar com isso… Azul tornou-se minha cor cotidiana… Tão bom seria se eu não precisasse deles. Ou se não me magoasse tão facilmente.
Não consigo lidar de forma saudável com decepções. Com a ausência.
Estou só… Tão só… Mais uma vez, esperando ele voltar. Mais uma vez esperando ela perceber que estou precisando de ajuda – mesmo sem acreditar que ela ainda possa se importar… O tempo destrói e as pessoas que surgem acabam com as chances de ressurgir o que se foi sem motivo algum.
Mais uma vez, esperando uma mão surgir. Mas, dessa vez, a solidão finalmente tem feições reais. Dessa vez, a solidão realmente está me consumindo, me assustando. Já não posso prever se ela perdurará.
Não há ninguém que se interesse pelo que se passa em mim. Ninguém. Ninguém.
O pior é que, ao pensar assim, não consigo nem sentir o pesar da possibilidade de estar sendo injusta com ele, ou com ela.
Por que os sentimentos bons tem que morrer assim ? Ou serem tão facilmente abalados ? Por que são tão difíceis de serem construídos, mas tão fáceis de desabarem ? Como eles podem evaporar assim, de um minuto pro outro ? Não me parece justo que alguém tenha a capacidade de dizer “eu te amo” por tanto tempo e, assim sem mais nem menos dizer “o que me diz respeito a você já não me importa mais”. Talvez eu esteja enganada e esses sentimentos estejam apenas muito longe para que eu possa enxergá-los.
Mas agora, só o que sei e sinto é que estou só. E não há absolutamente ninguém pensando em mim, enquanto um turbilhão de rostos me passam pela mente.
Não encontro utilidade em nada. Nada me parece interessante. Como disse, minha vida parece ter se transformado num jogo. Um jogo de conveniências, espelhos, drama e falsos sorrisos.
Agora estou só. Completamente só. Nem meus fantasmas me fazem companhia neste momento. Me incomoda tanto que só o que quero fazer é escrever repetidas vezes: “estou só, enfim só, completamente só…”, como sempre achei que estava… Agora sim é real.
Não há ninguém por perto que consiga saber como me sinto, apenas olhando em meus olhos…
E agora me ocorre… Se gostas de mim, por que some ? Se se importa, onde está você agora ?

Pick me up now, I need you so bad… Down, down, down down… It gets me so… Down down down down…” Down – Blink 182

Comentários

  1. PUXAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
    você escreve bem, menina...AMEEEEEEEEEIIIII
    Parabéns

    Melécio

    ResponderExcluir
  2. Juro, eu gostaria mto de entender o que se passa...
    Não sei, acho que isso foi pra mim, em partes...
    Eu gostaria mto q vc me explicasse e falasse diretamente o que acontece, sem usar coisas subentendidas.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A Saudade das Folhas

Ano Três