E este ócio.. Infindo ?
Quanto mais me ocupo, mais vazia fico.
Nada mais parece pouco ou muito. Nada mais parece nada (mas, quiçá tudo…). Sempre desfazendo-me de certezas e ideias habituais: até ontem pouco era pouco, muito era muito, nada era tudo e tudo não havia.
Suma: há um certo nada que agora é, supostamente, tudo. Tal perspectiva, efêmera por praxe, vem enquanto me deito e a contemplo: atordoa-me então a certeza cruel de ter-te em lembranças tênues, nebulosas, do que nunca existiu.
Sumiu com o vento para que, quando voltasse, não mais me visse por perto.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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