Castelo de Areia
Para este advento, trago o nome de meu colega, Ernani, que uma noite ensinou-me sobre Castelos de Areia.. Vem aqui minha acepção, quase uma deterioração do que ouvi. As palavras “sonho destruído”, diante do declínio, marcaram-me, porém, é a única vez em que aparecerão aqui.
Sinto-me pesada... Eu não poderia definir melhor um Castelo de Areia. Castelos de Areia são, essencialmente, Castelos de Areia. Nada mais.
Necessito abrigo. Abrigo não tenho. Conforto-me então na tarefa de construí-lo, consola-me. Mas, areia tão frágil e dona de fortalezas tão tênues que o vento pode abarcar, que um pisar pode marcar, que uma palavra pode assolar.. E então o que era abrigo, mata.
Sigo porém, como não houvesse outra maneira de seguir, neste ciclo de armar e tombar, de construção e queda. O que dói, mais do que assistir descambar minha labuta, é crer, toda vez, que o Castelo que construo perdurará...
Sinto-o tão logo sobre meus ombros.
Tenho em mim o que poderia servir-me de base, apoio para minha construção, três pilares: “não diga”, “não confie”, “não... ame”. Fariam diminuir meus erros, minhas dores. Porém, com essas três pilastras, não poderia haver construção.
Outro nome, que devo trazer (não tenho as devidas permissões, desculpem-me ou não) agora, Helena. Que mesmo com outro intento, ensinou-me também. O que talvez esmague, extinga nossos Castelos de Areia seja... O cessar, o baque da decepção, o silêncio indiferente, quando tudo vem, um puxando o outro.
Poderia dizer sobre isso que, se questionado, não consegue dizer “sim” é tão simples, é tão fácil, dizer “não”, que é um desrespeito não dizê-lo quando não há mais nada pra se dizer. Ainda que seja a última palavra, para sempre. A rejeição, aberta assim, pesa e penaliza menos que o calar-se. Creio que as mágoas de um “não” sejam insuficientes na destruição de um Castelo.
O emudecer, o silêncio impiedoso carrega o pranto, o penar da noite em claro acarretando uma manhã de olhos inchados. Os lábios silentes, os indiferentes, os ferinos, os fracos que fogem... São agora os meus, os nossos destruidores em potencial.
Reticências.
Vou eu agora mudar-me, manca e só, a reconstruir meu débil Castelo de Areia. Por hora, contrafeita. Mas há de passar..
Sinto-me pesada... Eu não poderia definir melhor um Castelo de Areia. Castelos de Areia são, essencialmente, Castelos de Areia. Nada mais.
Necessito abrigo. Abrigo não tenho. Conforto-me então na tarefa de construí-lo, consola-me. Mas, areia tão frágil e dona de fortalezas tão tênues que o vento pode abarcar, que um pisar pode marcar, que uma palavra pode assolar.. E então o que era abrigo, mata.
Sigo porém, como não houvesse outra maneira de seguir, neste ciclo de armar e tombar, de construção e queda. O que dói, mais do que assistir descambar minha labuta, é crer, toda vez, que o Castelo que construo perdurará...
Sinto-o tão logo sobre meus ombros.
Tenho em mim o que poderia servir-me de base, apoio para minha construção, três pilares: “não diga”, “não confie”, “não... ame”. Fariam diminuir meus erros, minhas dores. Porém, com essas três pilastras, não poderia haver construção.
Outro nome, que devo trazer (não tenho as devidas permissões, desculpem-me ou não) agora, Helena. Que mesmo com outro intento, ensinou-me também. O que talvez esmague, extinga nossos Castelos de Areia seja... O cessar, o baque da decepção, o silêncio indiferente, quando tudo vem, um puxando o outro.
Poderia dizer sobre isso que, se questionado, não consegue dizer “sim” é tão simples, é tão fácil, dizer “não”, que é um desrespeito não dizê-lo quando não há mais nada pra se dizer. Ainda que seja a última palavra, para sempre. A rejeição, aberta assim, pesa e penaliza menos que o calar-se. Creio que as mágoas de um “não” sejam insuficientes na destruição de um Castelo.
O emudecer, o silêncio impiedoso carrega o pranto, o penar da noite em claro acarretando uma manhã de olhos inchados. Os lábios silentes, os indiferentes, os ferinos, os fracos que fogem... São agora os meus, os nossos destruidores em potencial.
Reticências.
Vou eu agora mudar-me, manca e só, a reconstruir meu débil Castelo de Areia. Por hora, contrafeita. Mas há de passar..
me sinto honrada então se ensinei alguma coisa :)
ResponderExcluirApesar de tudo nós ainda damos corpo e alma ao construir ou reconstruir nossos Castelos de Areia.E toda vez que ele se desintegra um pedaço do nosso eu também o acompanha, sendo assim vamos sendo consumidos aos poucos, mas ao mesmo tempo vamos nos alimentando aos poucos com cada sentimento doce que vem juntamente com a construção de cada castelo...É um ciclo...É efêmero.Vivemos assim,temendo, se decepcionando,caindo e levantando, um dia amor vivente no outro cinzas ardentes.
ResponderExcluirPalavras, olhares, sentimentos...Inúteis,inconsequentes, absolutamente necessários para fazer nossos Castelos de Areia.