Uma rosa vermelha desabrochou hostil e delicada, em sua magnificente condição de rosa, com seus espinhos pungentes e suas pétalas veludosas. O orvalho sobre suas folhas tenras, fulgura sob a luz do sol, transparecendo as cores do arco-íris para os olhos que as podem ver.
Esta bonança, própria do mar, traz um sono tão agradável e corpulento, um torpor tão cheio de sonhos que chego a ansiar poder não despertar. Deleita-me este vento brando que sopra em mim ao passo que brinca moldando as ondas, tão gentil e gracioso, e com tanta doçura, como o céu, que em seu azul divino e sereno, faz-me perguntar por onde estas belezas andaram, e por qual razão regressaram… Poderiam adivinhar minha carência de encantos ? Poderiam querer compensar a noção sobre sua ausência que me tem angustiada ?
Ponho-me a fitar o brilho da reflorescência deste jardim e as belezas que a luz do sol me propicia, agora que meus olhos pararam de arder.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Que lindo.Por onde andava essa rosa? Andava por aí escondida? Ou foi só agora seu momento certo de desabrochar?
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