Aqueles olhos vítreos e penetrantes que me induzem e me fazem querer mergulhar em seu escuro recôndito, me são cruéis e cândidos, tais como os seus, tais como a vida ou sua voz, dão-me esta sensação initerruptamente…
Esta sensação… De estar sempre perdendo algo, sempre deixando algo passar… De estar buscando dentro de todos, partes de alguém, as quais eu sei que não encontrarei… De falar qualquer coisa por não poder dizer o que, de fato, desejo dizer, e morrer afogado na segurança dos pensamentos… Esta sensação que, como uma chama que o vento enfrenta, que enfraquece e fortalece, sem apagar; como um barco sobre o balouço do mar e sob a fúria de uma tormenta, não deixa de navegar… Cansa-me. Incomoda-me ? Incomoda-me. Mas… (E lá se vão reticências, reticências, reticências…) Acostumei-me a ela. Vazia me sinto, quando ela aparenta cessar.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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