Pensar na noite… Em transitar em seu denso vapor, figurar as estrelas, lembrar de sua fragrância de mistério, de seu perfume de segredo e de quão gélidos são os braços do medo… Fantasiar suas feições: seus fantasmas, seus gritos, suas mortes, seus crimes, suas sombras, sua culpa, seu gelo, sua fuga, sua solitude, os corpos que ela esconde, as ruínas que ela reconstrói, as mentiras que vagam por seus asfaltos sob a luz fúnebre de sua Lua…
Pensar na noite,
Ouvir a noite,
Traz você pra mais perto de mim…
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Que descrição sublime flor...Sempre sabe o que dizer, sempre sabe como colocar perfeitamente as palavras.
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