Sua e minha definições para uma só palavra: ignorância. Nem você, e muito menos eu, sabemos bem como tratá-la.
A intragável ignorância, para você, é aquela que veste os que falam “pobrema”, que crêem em simpatias, políticos, santos e coisas do gênero. Ignorantes, pobres, pobres coitados.
Ao meu ver, entretanto, ignorância vai além, muito além de status, de classe social, de costumes e crenças. Este tipo de ignorância, aliás, me parece inocente e perdoável – escutei de uma grande pessoa, certa vez, que ouvir um “pobrema” dói muito menos do que ouvir uma ironia inexorável e refinadíssima com um toque de francês. E é verdade.
Há maior mal do que ser ignorante, estando, ao mesmo tempo, repleto de informações ? Falo sobre a pobreza de espírito, não de corpo. Ter dinheiro nunca foi sinônimo de ter boa moral e dignidade, afinal. Ser leigo em alguma ciência hoje, não implica que o será amanhã também, inevitavelmente.
Porém, como livrar-se das enfermidades geradas pela ignorância que é cruel, pungente e egoísta, que faz agir sem razão e falar erroneamente palavras viperinas que corroem quem as ouve e diz, uma vez que o doente não consegue enxergá-las, uma vez que o doente não admite-se doente ?
Eu sinto muito pelo fato de notar em você, todos os dias, tudo o que pode haver de mais podre e abominável em um ser humano.
Espero, sinceramente, estar enganadíssima. Caso não, espero que a vida te mude, sem muito trauma, sem muito drama, sem muito dano.
E isso não significa que eu gosto de você.
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
Concerteza essa ignorância é bem pior. Um espírito pobre é pior que um homem pobre cujo espírito nada impede de ser rico. Espero que isso tenha cura sim...
ResponderExcluiradorei,e tambem espero q tenha cura
ResponderExcluir