Sua e minha definições para uma só palavra: ignorância. Nem você, e muito menos eu, sabemos bem como tratá-la.
   A intragável ignorância, para você, é aquela que veste os que falam “pobrema”, que crêem em simpatias, políticos, santos e coisas do gênero. Ignorantes, pobres, pobres coitados.
   Ao meu ver, entretanto, ignorância vai além, muito além de status, de classe social, de costumes e crenças. Este tipo de ignorância, aliás, me parece inocente e perdoável – escutei de uma grande pessoa, certa vez, que ouvir um “pobrema” dói muito menos do que ouvir uma ironia inexorável e refinadíssima com um toque de francês. E é verdade.
   Há maior mal do que ser ignorante, estando, ao mesmo tempo, repleto de informações ? Falo sobre a pobreza de espírito, não de corpo. Ter dinheiro nunca foi sinônimo de ter boa moral e dignidade, afinal. Ser leigo em alguma ciência hoje, não implica que o será amanhã também, inevitavelmente.
   Porém, como livrar-se das enfermidades geradas pela ignorância que é cruel, pungente e egoísta, que faz agir sem razão e falar erroneamente palavras viperinas que corroem quem as ouve e diz, uma vez que o doente não consegue enxergá-las, uma vez que o doente não admite-se doente ?
   Eu sinto muito pelo fato de notar em você, todos os dias, tudo o que pode haver de mais podre e abominável em um ser humano.
   Espero, sinceramente, estar enganadíssima. Caso não, espero que a vida te mude, sem muito trauma, sem muito drama, sem muito dano.
   E isso não significa que eu gosto de você.

Comentários

  1. Concerteza essa ignorância é bem pior. Um espírito pobre é pior que um homem pobre cujo espírito nada impede de ser rico. Espero que isso tenha cura sim...

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