Que sou eu ? - Árido chão.
Sou terra seca, vazia,
estéril, improdutiva.
Eu sou meu ulo de aflição,
tão fácil e tão vão…
Ah, quanta falta me faz,
o brilho que a água me traz…
Senti-la correndo em mim,
fazendo em mim seu jardim,
Como parte do que sou,
como um pássaro em seu vôo.
Ah, chuva, pode entender
nesta simplória metáfora,
o que faz quem é você ?
Minhas mal feitas palavras
só fazem querer dizer
Te necesito, oh, mi gran querer…
Besoin de votre mer !
...Sua diferença é uma anomalia. As palavras repetiam-se, incessantemente. E misturavam-se, embaralhavam-se, trombavam umas nas outras, arrumavam-se despropositalmente, num eco, num grama de cheiro de fósforo, que ela não perceberia se não lhe tivessem dito. Tremiam e misturavam-se também os elementos de sua paisagem. Se fechasse os olhos para organizá-los, dormiria. Nato de motivos que ela não procurou entender, receosa, um sorriso despontou, escondido em algum canto daquele murmúrio, e os olhos piscaram mais lentamente, querendo torná-lo mais vibrante, querendo sem querer.. Agora, não era mais nada. Ali, não havia mais nada. Quede... Consciência de hora, lugar e si mesma ? Não havia... Quando perde-se assim, e quando perde-se assim ? Conhece ? Este querer não encontrar-se nunca mais.. Porém, sua diferença... Era uma anomalia.
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