Dor
Ainda dói, porém só quando eu penso demais a respeito. E eu evito.
Quando foi a última vez em que lágrimas pungiram minha face rubra e absintaram meu palato ? Dói viver sabendo que doer é inevitável – e infindável –, não importa onde se vá.
Mesmo em meus sonhos, não consigo tê-lo. Nem ao menos em meus mais perenes devaneios, ele é meu. E assim como dói e machuca, corrobora. Gratuitamente, me proporciona sorrisos – que disfarço e, egoísta, guardo-os em meu ânimo, para mim e apenas para mim – e, em igual quantidade, lágrimas – as quais, em segredo, nascem e morrem em um grito contido, uma vontade reprimida de correr para me acalentar… Um nó bem apertado em meu peito.
Meus pés fincados a este chão réprobo, que a realidade tão bem conhecida e aflitiva não abandona, fazem de mim um riso, inerte e algente, externo, um manto para sepultar a dor que dói como a mais feroz dor de todas as dores que em mim já doeram… Te avistar partir ao longe.
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