Dizer, com precisão, quando nos apartamos, não sei. Não foi repentino, não nos agravou nenhum distanciamento súbito, foi devagar... E agora, só o que posso atestar é que você não está mais... Aqui.
   Sobre adormecer... Temos feito, com exímia igualdade. Talvez, tenhamos perdido a hora de acordar. Ademais, você se pergunta, se nós ainda queremos acordar ?
   A maior parte de minhas certezas apoiavam-se em você, aqui. É com aflição que as fito, abatidas, sobre o chão, misturadas a folhas secas, agora que não se encaixam mais na pessoa que você se tornou. Em quem nós nos tornamos ?
   Não lhe culpo, eu sei, não é certo. O intento de escrever procede somente desta mágoa que não consigo afastar... E, pra onde quer que eu olhe, há uma situação semelhante, então, talvez, eu já tenha me acomodado. Acho que temos um pouco disso, de deixar pra lá, às vezes.

Comentários

  1. Me ha gustado mucho tu descripción de sentimientos tan desconcertantes como la angustia.
    Parabéns, você escreve muito bem.

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