Prosaico
Minhas palavras me abraçam e me aninham e me amam com um amor que não cabe a ninguém. Minhas palavras são minhas e brincam comigo: mostram-se, provam que existem e somem quando as procuro.
Ocorre que sinto-me nula. Muda. Sinto-me, na verdade, banal.
Tantos outros ! Sofremos, sofremos da mesma inquietação, do mesmo mal, da mesma moléstia. Estamos - e este é o dano dos danos - em todos os cantos, estamos, metidos em nós mesmos e partilhando... Nadas e nadas, dores inválidas que só servem, de verdade, a nós mesmos.
Usualmente, via em um estranho qualquer um qualquer pedaço de mim. Sentia-me, em parte, compreendida. Porém, ao tentar escapar-me, modificar-me, não pude.
Sinto-me mal, sem saber onde estou ou fico, de tanto ver-me, já não enxergo mais, pois as palavras que me abraçavam, as minhas palavras que me abraçavam, a outros não puderam fazê-lo... A outros, não sabem fazê-lo. Quisera ensiná-las, agora que sei e sinto, palavras de um estranho qualquer, sem qualquer nada de mim, vestem meu âmago em aconchego, como palavras nenhumas jamais puderam fazer, como minhas palavras nunca fizeram, a mim ou a ninguém...
Quisera minhas palavras, usá-las para vestir outrem, contudo, inúteis e frívolas, delatam somente o egoísmo percebido em mim, intrínseco, deixando-me consternada. Não me bastam mais, simplesmente.
Ocorre que sinto-me nula. Muda. Sinto-me, na verdade, banal.
Tantos outros ! Sofremos, sofremos da mesma inquietação, do mesmo mal, da mesma moléstia. Estamos - e este é o dano dos danos - em todos os cantos, estamos, metidos em nós mesmos e partilhando... Nadas e nadas, dores inválidas que só servem, de verdade, a nós mesmos.
Usualmente, via em um estranho qualquer um qualquer pedaço de mim. Sentia-me, em parte, compreendida. Porém, ao tentar escapar-me, modificar-me, não pude.
Sinto-me mal, sem saber onde estou ou fico, de tanto ver-me, já não enxergo mais, pois as palavras que me abraçavam, as minhas palavras que me abraçavam, a outros não puderam fazê-lo... A outros, não sabem fazê-lo. Quisera ensiná-las, agora que sei e sinto, palavras de um estranho qualquer, sem qualquer nada de mim, vestem meu âmago em aconchego, como palavras nenhumas jamais puderam fazer, como minhas palavras nunca fizeram, a mim ou a ninguém...
Quisera minhas palavras, usá-las para vestir outrem, contudo, inúteis e frívolas, delatam somente o egoísmo percebido em mim, intrínseco, deixando-me consternada. Não me bastam mais, simplesmente.
Expressivo...identificada, compartilho até as virgulas, confortam-me por poder compartilhar.
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