"Lembranças são como cadáveres de afogados que repentinamente emergem de águas obscuras para amedrontar àqueles que ingenuamente ousaram afastá-las da incerteza de suas vidas".

Irremediável. Sinto-me em um filme de horror, sinto o sangue nos olhos... Nos olhos que me prometem a verdade.
Vejo-me atada a este vício de buscar conhecer-me, sem querer resgatar-me do torpor que me envolve... Um coma em inércia. Diante do primeiro ato hesitante, irremediável resignação. Estou cansada de escrever "embargada pelo medo"... E estas lembranças, eu sei, são muitas, são tantas e não puramente exclusivas... Não há habilidade capaz de restringi-las. Fazem sofrer deveras, de fato, mas eu... Não posso evitá-las, e o porvir, amordaçado, desde sempre cativo de fados e sinas, donos de tal vocação ao fracasso, me tem amedrontado simplesmente aquém do que o usual, mediante as imprudências e contradições que li e ouvi... Sim. Tais trocas de ideias que me levam junto ao... Ao nada. Que regressam, donas de diferentes donos.
Incoerências, minhas, devo escrever rápido, que estas palavras voam, e me vieram em um sonho. Devo escrever rápido, que estas palavras me roubam... O fôlego. Devo escrever rápido, que a sutil perspectiva de... Sanar este silêncio, em... Sabes ? Em ti... Rouba-me as palavras e eu nunca mais as vejo. Cala-me... Cala-me em uma mudez angustiada.
Agora é tarde, sempre é tarde para voltar, quando finalmente se percebe onde está; reanimou-me em tal medo e, quando tangível (pois irá concretizar-se), eu sei, o motivo pelo qual a visão, o pensar em meus próximos passos são tão árduos. Irremediável. Sinto-o como tanto repudiei sentir. E fico abismada, tanta falta de convicção, ainda estou de pijamas.

E agora.. Respire.

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