Nefelibata

Não há, para mim, nada mais difícil
Que encontrar-me em ti; o que está perdido
Neste teu sorriso, tão só, tão íntimo,
Tão promitente de ímpetos nocivos...

Estes rostos, estas nuvens e linhas !
Cinéreas, aéreas, tuas, e minhas...
Consonâncias incompletas e rimas
Exaustas, conhecidas... Corroídas.

Beatitude, que se diz famélica
Dos abraços teus, braços, de alvorada,
Desta beleza que, tão bela, bélica.

Não há nada para mim; pra ti, nada,
E o nada, dos nadas, deixa-me incrédula;
Entranhas atadas, nefelibata...

Comentários

  1. Rimas mornas e doces...Versos penetrantes.

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  2. Carregado de um simbolismo que enche os olhos. O remate do soneto também me surpreendeu. Parabéns querida, logo vai aprendendo a dominar uma das formas clássicas de poema. Está lindo, mesmo...

    Parabéns,
    beijos!

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