Psique - I

Eu não sei de muita coisa, mas tenho aprendido.
Primeiro, encontrava-me absorta. E, asseguro-lhe, tudo se dispôs com perfeita consonância...
A totalidade de você e seu desvelo, seus afagos letrados, seu contemplar, meu eu inteiramente seu, os desatinos, sua presença: a insânia - a insônia. A então discrepante melancolia esganiçada da noite e da solitude quieta, a minha urgência de você, o resignar-me diante da espera e do horizonte adiado. Harmonia, veja, violenta e íntegra: dos gracejos o irromper de lástimas.
Em virtude de tal harmonia, testemunho: eu não sei de muita coisa. Mas eu quero aprender...
Quero aprender a lograr, com todo o júbilo a isto inerente, os nossos dias e a sua companhia; ainda que tamanha alegria o meu naturalmente ínfimo, humano corpo, não seja capaz de suster. Quero aprender a merecer cada palavra e minuto seus como eu aprendi a pertencer-lhe genuína e integralmente. Quero aprender a ser forte e solícita, como você. Quero cuidar sempre de nós e me deixar cuidar por você com a estima com que aprendi a viver este sentimento tão maior que qualquer totalidade que não incorpore "nós". Quero aprender, por mais que doa, a deixar-lhe ir quando preciso.

{...}

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