Ano Três

     Vim escrever com muita coisa a dizer, mas sem conseguir amarrar as ideias.

     Este blog foi criado no mesmo dia em que me veio o desejo de tê-lo. Nele está implícita minha vontade de ser lida, do começo ao fim - ânsia petulante, veja: as vezes em que escrevi a alguém real, sempre repudiei a ideia de ser exposta a todos eles e elas. Porém, de certa forma, o "risco" foi aceito: não sou um personagem.

     Não sou um personagem; ainda assim, não é sobre mim que este blog deveria ser, mas sim sobre poesia. Era pra ser a minha desopressão entregue e passível dos pesares de quem quisesse, da maneira que quisesse. Mas, falhei. Falhei tão terrivelmente que sequer consigo terminar este período para iniciar o próximo de forma digna.

     De uns tempos pra cá, tenho fugido do compromisso que arquei quando fiz o H-Pov. Tenho desejado apagar todo o seu infeliz começo, fingir que aquilo lá não existiu. Tenho escrito também, vez ou outra, mas nada que me contente o bastante. E ainda há o que eu já não quero expor; de repente não sou mais apenas petulante, mas egoísta também. Assim, este blog tem corrido um certo risco de desaparecer.

   Percebi-me, no entanto, apegada. E apesar de ter perdido muito do que costumava ser, estou pouquíssimo inclinada ao bom senso de não escrever mais. Apesar de detestar tudo o que escrevi há pouco, não vou ignorar e há um motivo, digamos, especial: hoje o blog completou o terceiro ano. E eu não teria me lembrado, se não fosse o Níck.

Comentários

  1. Abandonar uma parte do blog, escrito por ti, é abandonar uma parte da sua vida e, consequentemente, de ti.
    Não faças isto.

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  2. Sou adepto de algo mais direto: se, no pesar final, é melhor deletá-lo, que seja e faça! Mas se considera que poderá voltar a escrever e gostaria de utilizar o mesmo espaço, que mantenha!

    Mas não fique em cima do muro. Se tiver vergonha de seu passado jamais poderá ser algo que sinta orgulho em momento algum do futuro.

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  3. Três anos, nossa.
    Escrever não é fácil, não se tem como escapar do que, em nós, nos escorre pelos dedos para o texto. Na verdade somos escritos à revelia.
    Espero que esse terceiro ano, possa ser o primeiro de muitos outros cada vez melhores.

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  4. E como repentinamente deverias ocorrer-me, como singela sinfonia emudecida de minhas palavras em meu próprio espaço, peço-lhe, minha estimada Nic, não nos prive desta poesia acalentadora de outrora, ou perturbadoramente tempestiva a meus próprios atos. Concordo com o amigo Tempestade. Compreensão silente. Beijo cardíaco.

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  5. Não vinha aqui há tempos te ler... Achei que o blog fizesse mais tempo, me lembro das primeiras ideias e tals.. Sei lá, eu te diria pra não abandonar, eu sempre te disse que você tem mto jeito com as palavras e escreve mto bem! Eu vi as novas postagens tbm, que bom que resolveu mante-lo por, pelo menos, mais um tempo. Que venham mtos mais anos!

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