Estes flagelos acompanhando-me... Ah, eles silenciam, eles silenciam sim - só de pensar, meu querer te conduz, te busca... Eu realmente não estou sentindo (muito) os quilômetros que minhas olheiras insistem em percorrer.
   Um murmúrio para acalmar os ânimos. Duas ou três palavras - e apago. E apago, portanto (e entretanto), cá estou, renunciando à humanidade; desletrada, descerrando-nos, desvendando-nos. Mirando-nos, meu enlace de poesia... Não possuo mais palavras - regando apenas, carregando apenas, devaneios, memórias imaginativas... Céus, que é este rubor a me calar ?

A Um Passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.

Deixa-te de histórias
Some-te daqui!


Vinicius de Moraes

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